Quinta, 02 Maio 2024 | Login

Anunciado na segunda-feira (11), o fim da produção da Ford em Camaçari ameaça o quinto maior setor da indústria de transformação baiana. Somando a montadora e as sistemistas – fornecedoras que atuavam na planta -, a área automotiva representa 5,4% do valor transformado na Bahia e 4,1% da força do trabalho. Apenas refino, produtos químicos, alimentos e celulose têm peso maior.

“Além dos sistemistas, que atuavam na própria fábrica da Ford, há fornecedores diretos e indiretos na área de pneus e petroquímica na indústria, sem falar de atividades portuárias e de logística que sofrerão, resultando em efeitos significativos”, avaliou a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), em nota.

Para o gerente de Estudos Técnicos da Fieb, Ricardo Kawabe, além da parte industrial, haverá impacto grande também no comércio e nos serviços, principalmente nas concessionárias. “Elas vão deixar de representar um fabricante local para vender carro importante. Não é a mesma coisa”, ponderou, em conversa com o bahia.ba. A montadora também fechou as outras duas unidades brasileiras, em São Paulo e no Ceará.

Mão-de-obra e infraestrutura

O representante da Fieb destaca o impacto para os 7.216 trabalhadores da Ford e das quase 20 sistemistas. “São pessoas qualificadas, com média salarial acima do mercado”, acrescentou. “Todo o esforço é válido para não se deixar essa lacuna em emprego de qualidade.”

No mesmo dia do anúncio da saída da Ford da Bahia, o governador Rui Costa anunciou a criação de um grupo de trabalho em busca de uma alternativa para a infraestrutura disponível em Camaçari – que inclui até um porto. O grupo tem participação da Fieb. Nesta terça-feira, Rui Costa convidou os trabalhadores para participar da iniciativa.

Para Kawabe, a melhor caminho seria uma outra empresa do próprio setor automotivo. O gerente avalia que a infraestrutura disponível é um dos trunfos do estado. “Para uma empresa que queira entrar no Brasil ou ampliar suas atividades começar do zero o investimento é de bilhões de reais”, frisou. A própria implantação da Ford em Camaçari, cuja fábrica foi inaugurada em 2021, representou um investimento inicial de US$ 1,2 bilhão – em torno de R$6,2 bilhões na cotação atual.

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A saída da Ford na Bahia também foi lamentada pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Bahia (Crea-BA). A entidade destaca que a empresa recebeu cerca de US$ 20 bilhões em incentivos fiscais desde 1999. “Pediu isenção fiscal e prometeu gerar empregos. A crise chega e simplesmente avisa o fechamento, sem compromisso com o país, com a Bahia”, protestou o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Bahia (Crea-BA), Joseval Carqueija.

Segundo Carqueija, “é preocupante, pois já estamos sofrendo com perda de postos de trabalho, profissionais sem perspectivas de emprego. Enquanto estamos pensando em ampliar e buscar alternativas para geração de emprego e renda para a Bahia, somos surpreendidos com o fechamento de uma fábrica que emprega tantos profissionais”, pondera o presidente. “É um prejuízo incalculável”, afirma.

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Camaçari se manteve com o segundo maior PIB da Bahia, com R$23, 8 milhões, o que representa 8,32% do total, atrás apenas da capital Salvador.

Mas a cidade que mais cresceu ao longo dos anos foi Feira de Santana. Com uma população de 614 mil habitantes - a segunda maior da Bahia, depois de Salvador - Feira de Santana é o município baiano que mais cresceu em contribuição para o PIB (Produto Interno Bruto) do estado nos últimos 16 anos. Desde 2004, a cidade tem o terceiro maior PIB da Bahia, atrás somente de Salvador e Camaçari (confira todos os valores no final da matéria). Os dados são de 2018 e pertencem à pesquisa PIB dos Municípios, divulgada, nesta quarta-feira (16), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com a Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI).

Em 2002, de R$ 100 gerados no território baiano, R$ 3,7 eram de Feira. Já em 2018, a participação do município cresceu para R$ 5,1, ou seja 5,1% do que é produzido na Bahia tem origem feirense. Segundo o IBGE, a cidade tem forte presença de serviços privados, os quais representaram 65,1% do valor gerado em 2018. A contribuição deste segmento pelo município subiu de 4,8% para 6,4% da receita do estado. O aumento da participação de Feira também foi forte no setor industrial, onde a produção cresceu de 2,9% para 4,5% em relação à Bahia, entre 2002 e 2018.

De acordo com o secretário de planejamento de Feira de Santana, Carlos Brito, esse destaque se deu, em primeiro lugar, pelo compromisso com os gastos públicos. “Temos um governo que tem responsabilidade com o recurso público e uma política de incentivos bem sólida, atraindo um polo de serviços, de universidades, mostrando que Feira é o lugar para se investir. Temos responsabilidade fiscal e um nível de adimplência muito alto e isso tem levado a cidade a ter um comércio forte e pujante”, observa o secretário.

Brito também ressalta as obras de construção civil que modificaram a cidade. Segundo ele, foram gerados mais de 800 empregos diretos, a partir de um investimento de R$ 130 milhões na construção de viadutos, túneis e pistas exclusivas para o BRT (sigla em inglês para Ônibus de Trânsito Rápido). Fora os viadutos, que foram construídos em 2005, o secretário não informou o período em que esses investimentos ocorreram nem a quantidade. Brito estima que existe uma população flutuante de 1 milhão de habitantes, que dinamizam o comércio na cidade, principalmente o de rua - há quem diga que a Feiraguai é a 25 de março dos baianos.

Localização estratégica
Mas, um dos principais fatores para o sucesso do PIB em Feira de Santana se deve a sua localização, como apontou a técnica da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), Simone Pereira. “É um dos maiores entroncamentos rodoviários do país, cortado por rodovias estaduais e federais. Então tem uma localização estratégica, porque liga o Nordeste ao Centro-Sul do Brasil e favorece um grande fluxo de população, tem muita passagem de mercadoria e funciona como um pólo de distribuição, fazendo com que seja atrativo para as empresas”, destaca Simone. Dentre as federais, estão a BRs 324, 116 e 101. Já as estaduais são a BAs 052, 502, 503 e 504.

A técnica aponta que a atividade de serviços é, de fato, a que mais tem peso na composição da economia da cidade e corresponde a 80%. Em segundo lugar, está a indústria, com 19,6%, seguido da agropecuária, que representa 0,4% da geração de emprego e renda.

Comércio competitivo
Além da facilidade do escoamento de produtos, outro fator que contribui para o PIB em Feira de Santana é a forte presença do comércio. “O comércio de Feira de Santana é muito competitivo. Além da facilidade do escoamento da produção, Feira tem um comércio atraente, que, para quem quer instalar um negócio, é uma grande vitrine para a empresa. Você tem a proximidade com o porto, com o aeroporto, com a Região Metropolitana de Salvador e com grandes centros de consumo, que são ingredientes muito fortes”, argumenta Cloves Cedraz, presidente da Federação das Associações Comerciais da Bahia.

Quando foi presidente da Associação Comercial de Feira de Santana, entre 12 e 15 anos atrás, Cedraz relembra um dos incentivos que pleiteou com a prefeitura, de reduzir a porcentagem do tributo ISS (Imposto Sobre Serviço) de 5% para 2%. O acordo fechou em 3%, para que universidades e laboratórios, hospitais e clínicas pudessem se instalar no município com menos custos. A contrapartida era o oferecimento de bolsas de estudo para servidores públicos municipais. “Com o passar do tempo, isso atraiu muitas empresas. Porque além de você diminuir o imposto, você ofereceu uma demanda para o mercado”, avalia o presidente.

Dentre as faculdades que foram atraídas para a cidade, estão a Unifacs, a Pitágoras e a Uniasselvi. Há também a instalação da Le Biscuit, que hoje é uma das 100 maiores empresas varejistas do Brasil, assim como a rede de combustível Menor Preço. As duas têm a base estabelecida em Feira de Santana. Na indústria, os destaques vão para a fábrica da Nestlé, a Pirelli, que fabrica pneus, a Belgo Bekaert, maior produtora mundial de arames, Vipal, fabricante de borrachas, e a PepsiCo, produtora de salgadinhos.

Para o economista Danilo Peres, da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), o forte do comércio em Feira de Santana é o setor de alimentos. “O principal é a parte de alimentos que se instalaram, como a PepsiCo, a Nestlé, a Brasfrut, que utilizam aquele local para distribuir produtos para o Nordeste todo. A Nestlé, que é a principal, quando foi instalada, pensou em um local pequeno e duplicou sua produção. Tem outros setores também, como a Pirelli, que também dobrou sua produção. Então isso fez com que Feira crescesse muito”, analisa Peres.

Economista da FIEB Danilo Peres avalia que Feira de Santana tem forte presença do setor de alimentos
O economista sinalizou que o PIB não é o único fator que deve ser analisado para medir o desenvolvimento econômico de uma cidade. “Muitas vezes o PIB não reflete o desenvolvimento econômico da cidade. É preciso levar em consideração outras características, como a presença de hospitais, centros de pesquisa, universidades e serviços mais sofisticados na área da saúde. Esse conjunto de atividades dão uma dinâmica e forma a pujância de uma cidade, quando você tem na cidade serviços que não precisa ir para outros lugares. E, mais do que isso, ela acaba sendo um pólo atrativo”, pontua. Peres afirma que Feira também tem essa característica, o que favorece ainda mais seu desenvolvimento econômico, que ainda tem grande potencial.

O PIB é calculado a partir da soma de todos os bens e serviços finais produzidos. O levantamento do IBGE analisa os valores brutos de três setores da atividade econômica - agropecuária, indústria e serviços - assim como impostos, líquidos de subsídios, o PIB e o PIB per capita, de todos os 5.570 municípios do Brasil.

Concentração de riqueza

O PIB de Salvador foi estimado, em 2018, em R$ 63,5 bilhões, avançando nominalmente (considerando a inflação) em relação aos R$ 62,8 bilhões em 2017 (+1,1%). Considerando-se todas as 5.570 cidades do país, a capital baiana encerrou em 10º lugar no ranking dos maiores PIBs municipais.

Na Região Nordeste, Fortaleza, com um PIB de R$ 67 bilhões, lidera o ranking.

De acordo com a pesquisa, Salvador, Camaçari e Feira concentraram 50,8% do valor produzido na Bahia, em 2018. Só a produção da capital baiana sozinha foi igual à soma do PIB dos 362 municípios baianos com menor PIB em 2018, que representam 86,1% dos 417 municípios do estado. Juntos, os 362 municípios geraram riqueza de R$ 62,9 bilhões e Salvador gerou R$ 63,5 bilhões.

Principais mudanças do ranking
Apesar da concentração, as principais mudanças no ranking do 10 municípios com maior e menor PIB na Bahia foi a cidade de Luís Eduardo Magalhães (R$ 6,2 bilhões em 2018) ter ultrapassado Simões Filho (R$5,8 bilhões) e passou a ser a 7ª maior Economia baiana. Já Barreiras passou do 10º para o 9º lugar (R$ 4,7 bilhões) e Candeias (R$ 4,4 bilhões) entrou no grupo, subindo de 11º para 10º. Por outro lado, Itabuna (R$ 4,1 bilhões) deixou o top 10 e caiu de 9º para 13º lugar, entre 2017 e 2018.

No outro extremo, os três municípios da Bahia com os menores PIBs, em 2018, foram Ibiquera (R$ 27,7 milhões), Dom Macedo Costa (R$ 32,1 milhões) e Contendas do Sincorá (R$ 36,9 milhões) - que não fazia parte desse trio em 2017, mas caiu duas posições de um ano para outro, superado por Cravolândia e Lafaiete Coutinho.

Bahia tem os dois maiores PIBs agropecuários do Brasil
O destaque da pesquisa vai para dois municípios que ficam no Oeste da Bahia, São Desidério e Formosa do Rio Preto, que tiveram o primeiro e o segundo maior PIB agropecuário do Brasil. São Desidério teve uma produção de R$ 2,5 bilhões e cresceu 65,2% em relação a 2017 (R$ 1,5 bilhão). O setor corresponde a 70,5% da economia da cidade. Já Formosa do Rio Preto produziu o equivalente a R$ 1,8 bilhão e cresceu 71,6% em relação a 2017 (R$ 1,1 bilhão). O principal produto da região é a soja, segundo a SEI, mas o IBGE também ressaltou a produção de algodão.

A boa situação das lavouras de commodities fez com que São Desidério e Formosa do Rio Preto estivessem ainda entre os municípios que mais ampliaram sua participação no PIB baiano entre 2017 e 2018, com o maior ganho e o terceiro maior, respectivamente. São Desidério avançou de uma participação de 0,88% para 1,27% do PIB do estado, enquanto Formosa do Rio Preto aumentou de 0,65% para 0,94%.

Além desses dois municípios, Barreiras também passou a figurar entre os 10 maiores valores gerados pela agropecuária brasileira, na 9ª colocação em 2018 (frente à 24ª em 2017), com um valor de R$ 1,1 bilhão. Estes três municípios baianos são os únicos fora da região Centro-Oeste no “top-10” do PIB agropecuário.

São Francisco do Conde cai de 7º para 10º maior PIB per capita do Brasil
A cidade de São Francisco do Conde, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), caiu no ranking nacional de PIB per capita, que é o valor do PIB dividido pela população. Ela saiu da 7ª para 10ª posição, mas se mantém o maior PIB per capita da Bahia, com R$ R$ 225.290,31. Esse valor corresponde a 7 vezes o valor do país e 12 vezes o valor do estado. Camaçari, que também fica na RMS, perdeu o posto de segundo maior PIB per capita para São Desidério (R$ 109.841,86), e também foi ultrapassada por Formosa do Rio Preto (R$ 106.481,34), município que ocupa agora o terceiro lugar.

Administração pública é mais da metade do PIB de 26,1% dos municípios da Bahia
A administração pública foi a maior parte do PIB de quase 3 em cada 10 cidades baianas, em 2018. Segundo o IBGE, as atividades ligadas à administração, defesa, educação e saúde públicas e seguridade social representavam mais da metade do valor gerado em 109 dos 417 municípios da Bahia, isto é, 26,1% do total.

Além disso, se fosse somado às cidades em que, mesmo quando não era mais da metade do PIB, a administração pública ainda tinha o maior valor adicionado, chegava-se a 306 dos 417
municípios baianos. Ou seja, a administração pública era a principal geradora de
riqueza para pouco mais de 7 em cada 10 cidades do estado (73,4%). O Instituto avalia que uma maior dependência da administração pública reflete menor dinamismo da economia municipal.

10 maiores PIBs da Bahia / participação no PIB da Bahia
Salvador: R$ 63,5 milhões / 22,19%
Camaçari: R$23, 8 milhões / 8,32%
Feira de Santana: R$ 14,7 milhões / 5,13%
São Francisco do Conde: R$ 8,8 milhões / 3,1%
Vitória da Conquista: 7 milhões / 2,46%
Lauro de Freitas: R$ 6,5 milhões / 2,25%
Luís Eduardo Magalhães: R$ 6,2 milhões / 2,16%
Simões Filho: R$ 5,8 milhões / 2,03%
Barreiras: R$ 4,7 milhões / 1,66%
Candeias: R$ 4,3 milhões / 1,52%

10 menores PIBs da Bahia/ participação no PIB da Bahia
Macururé: R$ 43.463 mil / 0,02%
Ichu - R$ 43.130 mil / 0,02%
Aiquara - R$ 41.111 mil / 0,01%
Pedrão - R$ 40.542 mil / 0,01%
Gavião - R$ 38.835 mil / 0,01%
Lafaiete Coutinho - R$ 37.916 mil / 0,01%
Cravolândia - R$ 37.416 mil / 0,01%
Contendas do Sincorá - R$ 36.873 mil / 0,01%
Dom Macedo Costa - R$32.123 mil/ 0,01%
Ibiquera - R$27.699 mil / 0,01%

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O Governo do Estado vai injetar R$ 4,26 bilhões na economia da baiana, em cerca de 30 dias, com o pagamento dos servidores ativos, aposentados e pensionistas. O montante corresponde à quitação das folhas de novembro, dezembro e do 13º salário. O aporte financeiro vai ajudar a aquecer a economia do Estado, criando um efeito multiplicador diante do cenário de estagnação pelo qual o país atravessa na pandemia.

A Secretaria da Administração (Saeb) quitou a folha do mês de novembro no dia 30, totalizando o valor de R$ 1,48 bilhão, pago para 270 mil servidores do Estado, somados àqueles em atividade, aos aposentados e aos pensionistas. No dia 18 de dezembro, conforme tabela publicada pela Secretaria da Fazenda (Sefaz) no começo deste ano, será quitada a segunda parcela do 13º salário, um montante de aproximadamente R$ 1,32 milhão pago para o funcionalismo (ativos, inativos e pensionistas).
Já a folha de pagamento de dezembro, para aposentados e pensionistas, será antecipada para o dia 29 deste mês, enquanto os ativos recebem no dia 30, totalizando um montante estimado em R$ 1,44 bilhão.

Somados os valores das duas folhas de pagamento com a quitação do 13º salário, o governo injeta o total de R$ 4,26 bilhões na economia baiana, em cerca de trinta dias. O montante vai ajudar a movimentar o mercado, em forma de consumo das famílias, pagamentos, investimentos, dentre outros.

Equilíbrio fiscal

"Em tempos de pandemia e incertezas quanto a um plano nacional de vacinação que ajude o país a sair da atual crise sanitária e a promover uma retomada efetiva do crescimento econômico, os recursos desembolsados pelo governo neste final de ano representam uma quantia considerável em circulação em todo o Estado e contribuem para estimular a economia baiana", avaliou o secretário da Fazenda do Estado, Manoel Vitório.

O Estado, lembrou Manoel Vitório, segue com a máquina pública em pleno funcionamento e cumprindo rigorosamente em dia os compromissos com servidores e fornecedores, fruto de uma estratégia vitoriosa sob a liderança do governador Rui Costa, baseada no equilíbrio das contas públicas por meio de qualificação do gasto, modernização do fisco e combate à sonegação. O Estado da Bahia, lembra, implementou uma reforma administrativa na transição de governo entre 2014 e 2015, reduzindo de 27 para 24 o número de secretarias estaduais e implantando no âmbito da Sefaz-Ba a Coordenação de Qualidade do Gasto Público, destinada a assegurar o controle das despesas com custeio na administração pública. O governo também promoveu a redução de cargos comissionados.

O secretário da Administração, Edelvino Góes, também destacou o equilíbrio fiscal do estado, mesmo diante de um cenário econômico desfavorável, com uma recessão anterior à pandemia, que foi agravada pela Covid-19. "Mais uma vez a Bahia se sobressai na gestão fiscal, mantendo suas contas ajustadas e conseguindo honrar seus compromissos mesmo diante da diminuição da atividade econômica e consequente queda da arrecadação tributária provocadas pelo Coronavírus", analisou.

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O governo aumentou para R$ 1.088 a estimativa para o salário mínimo em 2021. O valor consta de mensagem modificativa ao projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) do próximo ano, que deverá ser votado amanhã (16) pelo Congresso. O ofício foi enviado hoje (15) pelo Ministério da Economia.

O valor representa R$ 21 de aumento em relação à projeção de R$ 1.067 que constava da proposta do Orçamento Geral da União, enviada ao Congresso no fim de agosto. A medida deverá ter impacto de R$ 7,4 bilhões nas contas públicas em 2021.

A alta deve-se a um repique da inflação e à revisão da projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), usado para cumprir o objetivo da Constituição de manter o poder de compra do salário mínimo. Em agosto, quando os preços ainda estavam impactados pela crise da pandemia do novo coronavírus, a equipe econômica projetava que o INPC encerraria 2020 em 2,09%. No fim de novembro, a previsão saltou para 4,1%, após a alta no preço dos alimentos no segundo semestre.

Segundo o projeto da LDO, cada R$ 1 de aumento do salário mínimo eleva a previsão de gastos do governo em R$ 355 milhões. Isso porque diversos gastos, como o piso dos benefícios da Previdência Social, o abono salarial e o seguro-desemprego, estão atrelados ao salário mínimo. Dessa forma, a alta de R$ 21 impacta as despesas federais em R$ 7,4 bilhões.

De 2012 a 2019, o salário mínimo era reajustado por uma fórmula que seguia a variação do INPC do ano anterior mais o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no país) registrada dois anos antes. O mínimo de 2020 em diante passou a ser corrigido apenas pelo INPC do ano precedente, de forma a não descumprir a Constituição.

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Aquela fartura que se via nas ceias de Natal vai ter que dar uma enxugada este ano, principalmente pelo aumento no preço dos alimentos e também por não poder ainda ter aglomerações, uma vez que a pandemia do novo coronavírus não acabou. O salpicão vai ter de ser menor, o peru racionado e o panetone só se for mini. Segundo um levantamento da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Bahia (Fecomércio-BA) com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a ceia natalina ficou 19% mais cara em 2020, já descontada da inflação.

Por conta dessa alta nos valores, a ceia de Juliana Souza, 24 anos, não vai ser a mesma que a dos outros anos. “Vai ser fraquinha, porque está tudo mais caro este ano, até as coisas que a gente mais precisa”, reclamou. Juliana ficou desempregada em meio à pandemia da covid-19.

O peru de 3kg do ano passado, segundo ela, custou R$ 54. Agora, a mesma quantidade não custa menos que R$ 70. Já o queijo reino virou artigo de luxo: é uma raridade se encontrar por menos que R$ 74 nos supermercados, podendo chegar a R$ 99,09 como visto no Hiper Ideal do bairro da Pituba.

A corretora de imóveis Cátia Castro, 54, já tirou esse vilão da lista de compras: “Esqueça! Queijo reino não vai entrar. A gente vai ter que se adaptar com outros tipos de queijos, você pega umas fatias e monta uma tábua”, argumentou a corretora. Cátia ainda diz que o peru vai ser menor e o salpicão também não vai ser naquela quantidade para ficar guardado na geladeira. “Os preços estão absurdamente caros e a ceia de Natal vai ter que se adaptar. Se você comprava um peru de 5kg agora vai ser de 3kg, o salpicão vai ter que diminuir também as quantidades... não tem jeito, a tendência é essa”, lamentou.

Na casa da aposentada Dione Lemos, 63, a noite do dia 24 de dezembro também vai ser na modalidade reduzida. Porém, a dimunioção da ceia será mais por conta da família que não poderá se reunir, pois uma parte mora em Natal, no Rio Grande do Norte, e não virá a Salvador. Ainda assim, ela reclama dos preços. “Em todos os produtos está um aumento enorme, a gente vai ter que fazer um jogo de cintura para fazer alguma coisa que dê para se reunir e que fique bom”, contou.

A professora de inglês Bianca Araújo, 24, notou a subida de preços das iguarias natalinas: “Tá bastante carinho. Se não der para manter igual, a gente vai buscar valores mais em conta”, narra Bianca, que ainda não começou a pesquisa de preços. O economista Francisco Fernandes, 50, vai deixar para comprar tudo em cima da hora. “Sempre compro uma semana antes, porque eles têm que queimar estoque e fazer promoção”, conta. No geral, ele gasta R$ 300 para uma ceia de Natal, para uma família de cinco pessoas.

Principais vilões
Os produtos que tiveram a maior alta de preços neste ano, aumento que irá refletir na conta do Natal, foram o tomate (104%), batata-inglesa (61%) e arroz (52%). As carnes também salgaram: as bovinas 23%, o frango inteiro 10% e os pescados 6%, assim como o azeite de oliva (12%). As informações são do economista e consultor econômico da Fecomércio-BA, Guilherme Dietze.

Os principais motivos, segundo ele, são a alta do dólar em relação à moeda brasileira, que favoreceu as exportações, e a demanda nos supermercados que cresceu durante a pandemia, em oposição às expectativas da indústria. “A demanda subiu bastante, principalmente com o auxílio emergencial, que trouxe essa demanda para os mercados. Outro ponto é que vários desses produtos são cotados em dólar. Como a demanda externa por alimentos está mais forte este ano, muito produtores preferem exportar, o que gera uma redução da oferta no mercado interno, e aumenta os preços dos produtos”, explica o especialista.

Para ele, a subida de valores deste ano foi a mais forte deste 2016. A diferença é que agora o aumento está generalizado e mais expressivo, o que dificulta a substituição dos alimentos. “Antes você fazia a troca com mais naturalidade, agora o aumento de preço está mais generalizado e mais expressivo”, analisa Dietze. Outro fator que influenciou indiretamente a alta nos valores dos produtos finais foi o encarecimento dos chamados insumos de produção, como os agrotóxicos e os grãos, que servem de ração para os animais.

Como economizar na ceia
Um dos conselhos de Selma Magnavita, presidente do Movimento de Donas de Casa e Consumidores da Bahia (MDCCB), para economizar na ceia é apostar nos produtos locais ao invés dos importados e deixar de lado as nozes, avelãs e castanhas portuguesas. No lugar delas, ela sugere frutas desidratadas e castanha de caju. “Vamos ter que substituir essa tradição europeia de comprar frutas caras por uma tradição baiana, com frutas e vinhos locais”, aconselhou Selma.

As outras possíveis substituições indicada pela presidente do MDCCB podem ser trocar o peru por um frango assado e optar pela carne de porco que está mais barata que a de boi. No salpicão, apostar mais na batata do que nas proteínas e talvez o panetone ser só um bolo caseiro bem decorado. Outra saída é comprar mais pescados, que estão menos caros que as carnes. “Esse ano vai ter que botar a imaginação. Nem sei se a confraternização vai ter aquela tradição de uma mesa farta, cheia de feitas natalinas, porque está tudo muito caro”, avalia Magnavita.

No mínimo, para uma ceia “digna”, ela estima que o baiano precise desembolsar R$ 150. Para um Natal mais farto, a média da ceia natalina é R$ 230, com o tender, salpicão, bolo, saladas, vinho, frutas e panetone.

Aumento da cesta básica
De acordo com último levantamento mensal do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a cesta básica em Salvador teve um aumento de 26,07% em 2020 e de 30,73% nos últimos 12 meses. Apesar de ter tido uma diminuição de 1,05% em outubro deste ano em relação a setembro, a cesta custava R$ 360,51 em dezembro de 2019. Agora, sai por R$ 454,50. Os que ficaram mais caros no último mês e refletem na ceia natalina são o óleo de soja (12,30%), o arroz agulhinha (9,45%), o leite (4,02%), a carne bovina (1,37%), açúcar (0,80%) e farinha de mandioca (0,64%).

Procuradas, a Associação Bahiana de Supermercados (Abase) e o Sindicato dos Supermercados e Atacados de Auto Serviço do Estado da Bahia (Sindsuper) não responderam até o fechamento desta reportagem.

Empresário tem melhor índice de confiança no comércio desde abril
O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC), elaborado mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) e Fecomércio-BA, registrou 105,3 pontos em novembro, crescimento de 6,9% em relação a outubro. Foi a quinta elevação consecutiva e o ICEC volta ao patamar de otimismo, acima dos 100 pontos, o que não se via desde abril, quando se iniciou a crise do coronavírus. Contudo, o atual patamar ainda está 8,6% abaixo do mesmo mês de 2019.

“Quem está puxando de forma mais expressiva o desempenho geral é o índice de Condições Atuais do Empresário do Comércio que apontou alta mensal de 10,9% e ficou nos 76,6 pontos. Apesar de se manter na área de pessimismo, houve uma recuperação de 197% desde o fundo do poço, que foi no mês de julho (25,8 pontos), ou seja, quase triplicou”, destacou o consultor econômico da Fecomércio-BA, Guilherme Dietze. Para o economista, “com a reabertura do comércio e a retomada das vendas, os empresários de Salvador voltaram a criar expectativas”.

De acordo com informações do CAGED, as oportunidades de emprego no comércio, em Salvador, nos últimos meses, têm surgido nos setores de materiais de construção, farmácias e supermercados. Setores ligados a construção civil como eletrodomésticos, materiais de construção e móveis estão registrando forte aumento nas vendas, porém muito empresários estão com dificuldades no estoque, devido à brusca demanda por alguns produtos. De acordo com o economista, mesmo com alguns pontos a serem resolvidos, esse cenário eleva, e muito, a confiança e o otimismo em relação ao momento atual.

Preços dos alimentos para a ceia de Natal
Peru - R$ 18,98 a R$ 23,98/kg
Chester - R$ 21,48 a R$ 23/kg
Arroz - R$ 4,70 a R$ 7,98/kg
Farinha - R$2,72 R$ 5,39/kg
Atum - R$ 4,88 a R$ 9,68 (170g)
Panetone - de R$7,86 (300g) a R$ 34,49 (1kg)
Queijo reino - R$ 69,98 a R$ 92,99/kg
Nozes (com casca) - R$ 7,90 (150g)
Nozes (degustar) - R$ 28,90 (130g)
Batata - R$ 6,98/kg
Uva passa - R$ 4,98 (100g)
Fonte: Atacadão Atacarejo e Hiper Ideal

 

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Um dos principais benefícios trabalhistas do país, o décimo terceiro salário tem a primeira parcela paga até hoje (30). A partir de amanhã (1º), o empregado com carteira assinada começará a receber a segunda parcela, que deve ser paga até 18 de dezembro.

Essas datas valem apenas para os trabalhadores na ativa. Por causa da pandemia de covid-19, o décimo terceiro dos aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) foi antecipado. A primeira parcela foi paga entre 24 de abril e 8 de maio. A segunda foi depositada de 25 de maio a 5 de junho.

Quem tem direito
Segundo a Lei 4.090/1962, que criou a gratificação natalina, têm direito ao décimo terceiro aposentados, pensionistas e quem trabalhou com carteira assinada por pelo menos 15 dias. Trabalhadores em licença maternidade e afastados por doença ou por acidente também recebem o benefício.

No caso de demissão sem justa causa, o décimo terceiro deve ser calculado proporcionalmente ao período trabalhado e pago junto com a rescisão. No entanto, o trabalhador perde o benefício se for dispensado com justa causa.

Cálculo proporcional
O décimo terceiro salário só será pago integralmente a quem trabalha há pelo menos um ano na mesma empresa. Quem trabalhou menos tempo receberá proporcionalmente. O cálculo é feito da seguinte forma: a cada mês em que trabalha pelo menos 15 dias, o empregado tem direito a 1/12 (um doze avos) do salário total de dezembro. Dessa forma, o cálculo do décimo terceiro considera como um mês inteiro o prazo de 15 dias trabalhados.

A regra que beneficia o trabalhador o prejudica no caso de excesso de faltas sem justificativa. O mês inteiro será descontada a gratificação se o empregado deixar de trabalhar mais de 15 dias no mês e não justificar a ausência.

Tributação
O trabalhador deve estar atento quanto à tributação do décimo terceiro. Sobre o salário, incide tributação de Imposto de Renda, INSS e, no caso do patrão, Fundo de Garantia do Tempo de Serviço. No entanto, os tributos só são cobrados no pagamento da segunda parcela.

A primeira metade do salário é paga integralmente, sem descontos. A tributação do décimo terceiro é informada num campo especial na declaração anual do Imposto de Renda Pessoa Física.

Pandemia
A situação dos trabalhadores com contrato suspenso ou com jornada reduzida com diminuição proporcional dos salários só foi definida no início de novembro. Para os contratos com jornada reduzida, o décimo terceiro e as férias devem ser pagos de forma integral.

No caso de suspensão de contratos, o período não trabalhado será descontado do décimo terceiro. No entanto, para manter a harmonia com a legislação, o mês em que o empregado tiver trabalhado 15 dias ou mais será contado como mês inteiro e será pago.

Os critérios para da gratificação nessas situações foram definidos por nota técnica editada pela Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia no início de novembro. Embora a nota técnica não tenha força de lei, equivale à interpretação da norma pelo governo e será levada em conta pelos auditores fiscais do trabalho nas fiscalizações das empresas.

 

Publicado em Economia

A taxa de desocupação no Brasil ficou em 14,4% no trimestre encerrado em agosto, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados na manhã desta sexta-feira, 30, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado ficou acima da mediana de 14,2% das expectativas dos analistas na pesquisa do Projeções Broadcast, do sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, mas dentro do intervalo, que ia de 13,6% e 14,9%.

Em igual período de 2019, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 11,8%. No trimestre até julho de 2020, a taxa de desocupação estava em 13,8%. A renda média real do trabalhador foi de R$ 2.542 no trimestre encerrado em agosto. O resultado representa alta 8,1% em relação ao mesmo período do ano anterior. A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 202,478 bilhões no trimestre até agosto, queda de 5,7% ante igual período do ano anterior.

Publicado em Economia

O grupo Boticário anunciou que a produção de suas fábricas cresceu 8,98% no trimestre julho-setembro, no comparativo com o primeiro trimestre do ano. “Em volume, esse avanço representou o maior já registrado pela empresa em qualquer trimestre da sua história”, afirmou a empresa, que tem plantas no Paraná e em Camaçari.

De acordo com o O Boticário houve aumento de demanda por produtos de higiene e beleza durante a pandemia. O principal impacto ocorreu na categoria cremes, com expansão de 14,5% no volume produzido neste último trimestre. A empresa não divulgou os números separados por unidade fabril.

No terceiro trimestre, o Grupo Boticário retomou também sua capacidade produtiva pré-pandemia, que foi reduzida com a suspensão de contrato previstas nas medidas de enfrentamento dos impactos econômicos da Covid-19.

“É clichê dizer que toda crise gera oportunidades, mas este período tão difícil e que ainda requer todos os cuidados representou novas portas abertas para nosso negócio. Avançamos anos em alguns meses e o resultado foi visto na nossa produção recorde”, avaliou Sérgio Sampaio, diretor geral de operações do Grupo Boticário.

Publicado em Bahia

Ainda sob os efeitos da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus, as famílias brasileiras fizeram mais depósitos do que saques na caderneta de poupança no mês passado. Dados do Banco Central mostram que, em setembro, os depósitos líquidos somaram R$ 13,229 bilhões. Este é o maior volume de depósitos líquidos para um mês de setembro, em valores nominais, em toda a série histórica do BC, iniciada em 1995.

O mês de setembro também foi o sétimo consecutivo em que houve registro de depósitos líquidos. Em março, quando a pandemia do novo coronavírus fez com que o isolamento social se intensificasse, com reflexos sobre a atividade econômica, as famílias haviam depositado R$ 12,169 bilhões líquidos na poupança. Em abril, foram R$ 30,459 bilhões; em maio, R$ 37,201 bilhões; em junho, R$ 20,534 bilhões; em julho, R$ 28,144 bilhões; e em agosto, R$ 11,403 bilhões.

Esta corrida para a caderneta é justificada pela postura das famílias em relação à crise e pelas ações do governo para manter a renda da população.

Nos últimos meses, o BC vem citando, por meio de documentos oficiais, que existe o risco de que a pandemia aumente a "poupança precaucional" no Brasil. Em outras palavras, o BC vê o risco de que as famílias, com medo do desemprego e da redução da renda, aumentem depósitos em aplicações como a caderneta de poupança, para formar um "colchão" em caso de emergências. Isso é visto com ressalvas, porque mais dinheiro na poupança significa menos consumo - e ainda mais dificuldades para as empresas brasileiras.

O pagamento do auxílio emergencial à população de baixa renda nos últimos meses, no valor de R$ 600, é outro fator que contribuiu para o aumento dos depósitos na poupança. Os depósitos começaram a ser feitos em 9 de abril e parte deles segue depositada na poupança, por precaução. Além disso, o governo já começou a depositar na conta dos beneficiários a extensão do auxílio emergencial, no valor de R$ 300. Este valor continuará a ser depositado até o fim deste ano.

Os números de setembro mostram que os depósitos brutos na caderneta foram de R$ 294,015 bilhões, enquanto os saques atingiram R$ 280,787 bilhões. Com isso, chegou-se à captação líquida de R$ 13,229 bilhões. Considerando o rendimento de R$ 1 644 bilhão de setembro, o saldo total da poupança atingiu R$ 1 002 trilhão no mês passado. Esta é a primeira vez na história que o saldo da caderneta supera, em valores nominais, a marca de R$ 1 trilhão.

No ano até setembro, a poupança acumulou depósitos líquidos de R$ 137,211 bilhões. Chama a atenção o fato de que a poupança vem recebendo depósitos líquidos nos últimos meses a despeito de sua rentabilidade estar cada vez menor. Atualmente, a poupança é remunerada pela taxa referencial (TR), que está em zero, mais 70% da Selic (a taxa básica de juros). A Selic, por sua vez, está em 2,00% ao ano, no menor patamar da história. Na prática, a remuneração atual da poupança é de 1,4% ao ano - um porcentual que pode nem mesmo compensar a inflação corrente.

Esta regra de remuneração da poupança vale sempre que a Selic estiver abaixo dos 8,50% ao ano. Quando estiver acima disso, a poupança é atualizada pela TR mais uma taxa fixa de 0,5% ao mês (6,17% ao ano).

Publicado em Economia

O Dia das Crianças é uma das datas mais importantes do calendário do varejo nacional, devendo movimentar R$ 6,2 bilhões neste ano. Segundo projeção da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), entre os estados do Nordeste, a Bahia aparece em primeiro lugar no quadro de expectativa de distribuição do faturamento para a data, com R$ 149,8 milhões, na frente do Ceará (R$ 95 milhões) e Pernambuco (R$ 84,5 milhões). As informações são da Fecomércio-BA.

Nacionalmente, São Paulo (R$ 1,77 bilhão), Minas Gerais (R$ 667,3 milhões), Rio de Janeiro (R$ 514,1 milhões) e Rio Grande do Sul (R$ 454 milhões) deverão responder por mais da metade (54,8%) do total movimentado com a data em 2020.

Brasil
Conforme pesquisa da CNC, o volume de vendas voltada para o Dia das Crianças deverá registrar queda de 4,8% em relação ao mesmo período de 2019. Se confirmada, essa seria a primeira retração das vendas para a data desde 2016 (-8,1%), já descontada a inflação.

Com alta esperada de 3,2%, o ramo de hiper e supermercados deverá movimentar R$ 4,4 bilhões (70,2% do total) e será o único a apurar avanço nas vendas para a data deste ano. Outros segmentos que costumam se beneficiar do aumento sazonal das vendas nesta época do ano tendem a amargar perdas: brinquedo e eletroeletrônicos (-2,5% ou R$ 1,3 bilhão); livrarias e papelarias (-9,9% ou R$ 48,1 milhões); e lojas de vestuário e calçados (-2,1% ou R$ 489 milhões).

A CNC ressalta que o processo de resgate do nível de atividade do varejo desde o início da recessão provocada pela pandemia da Covid-19 ainda não está completo em diversos segmentos do varejo.

A Confederação avalia ainda que o travamento do mercado de trabalho, com desemprego em alta, aumento da informalidade e subutilização da força de trabalho, ainda é um desafio para o setor não apenas para esta data comemorativa, mas para as demais deste ano. A queda do auxílio emergencial a partir de setembro também deverá dificultar a retomada das vendas mesmo em um cenário de inflação e juros baixos.

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