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Smartphones e aplicativos podem ser usados para alertas de terremotos, dizem pesquisadores

Smartphones e aplicativos podem ser usados para alertas de terremotos, dizem pesquisadores

De acordo com estudo, dados de GPS de celulares seriam alternativa acessível a sofisticados sistemas de detecção de tremores

LONDRES — Os países que procuram sistemas de alerta de terremotos baratos podem querer experimentar aplicativos e smartphones depois que cientistas descobriram que os telefones inteligentes podem ser usados como uma alternativa acessível às sofisticadas redes de monitoramento de tremores.

De acordo com uma pesquisa publicada nesta sexta-feira no periódico científico "Science Advances", o Sistema de Posicionamento Global (GPS) desses aparelhos pode detectar terremotos e disparar alertas segundos antes de ondas mais fortes de tremores começarem.

— A maior parte do mundo não recebe alertas sísmicos, principalmente devido ao custo de construção das redes científicas de monitoramento — afirmou Benjamin Brooks, geofísico da Agência de Pesquisas Geológicas dos EUA (USGS, na sigla em inglês) e líder do projeto.

Apesar de diversas regiões do planeta estarem sujeitas a terremotos, sistemas que detectam o início de um tremor e enviam avisos para as pessoas antes que estas sintam o chão tremer estão operando apenas em alguns locais, como Japão e México.

De acordo com o estudo, receptores GPS em smartphones, embora menos precisos do que sofisticados equipamentos científicos, poderiam detectar de médios a grandes terremotos, como o de magnitude 7 graus na escala Richter que abalou o Haiti em 2010, matando mais de 200 mil pessoas

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Depois de analisar o terremoto e a tsunami de 2011 no Japão, os pesquisadores chegaram à conclusão de que vidas poderiam ter sido salvas se dados de GPS tivessem sido usados para enviar alertas antes que as ondas sísmicas tivessem alcançado Tóquio, e antes que a onda mortal da tsunami tivesse atingido a costa.

— A velocidade de um aviso eletrônico é mais rápida que o tremor do terremoto — afirma Craig Glennie, um dos autores da pesquisa e professor na Universidade de Houston.

Os pesquisadores descobriram que os dados recolhidos a partir de menos de 5 mil smartphones em uma área metropolitana puderam ser analisados com rapidez suficiente para emitir um alerta para as pessoas mais longe do epicentro, e potencialmente poderiam salvar vidas.

Os pesquisadores não especificaram, no entanto, se os usuários de smartphones receberiam os avisos por meio de mensagens, chamadas ou aplicativos.

— Dados gerados a partir de multidões são menos precisos (do que as redes de alta qualidade), mas para terremotos maiores ... eles contêm informações suficientes para detectar que um terremoto ocorreu, informações necessárias para avisos prévios — disse Susan Owen, coautora do estudo.

A Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID, na sigla em inglês) já concordou em testar um sistema de alerta de piloto com sensores de smartphones e sensores de grau científico ao longo da costa chilena.

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