Quinta, 16 Maio 2024 | Login
Especialista responde: tomar anticoncepcional prejudica fertilidade?

Especialista responde: tomar anticoncepcional prejudica fertilidade?

Um dos principais mitos da fertilidade feminina é que o uso prolongado de pílula anticoncepcional pode acabar prejudicando a fertilidade. Não existe prova científica para afirmar que esta influência realmente existe.

No entanto, o que muitas vezes ocorre é que o anticoncepcional mascara a saúde reprodutiva ao simular um ciclo menstrual regulado, algo que proporciona a sensação que o organismo está funcionando bem, mesmo quando não esteja.

Com o avanço da idade a mulher vai perdendo capacidade reprodutiva, o que às vezes coincide com o momento que ela deixa de tomar o anticoncepcional para engravidar, depois dos 30 anos.

“Por isso é muito fácil fazer a associação que a fertilidade foi debilitada com o uso da pílula, quando o que está acontecendo é que a reserva ovariana, ou seja, o estoque de óvulos que a mulher possui desde antes do seu nascimento, está perdendo quantidade e qualidade”, explica Dra.

Isa Rocha, especialista em reprodução humana do IVI Salvador, e conclui “como hoje em dia as mulheres na faixa dos 30 e 40 estão em boa forma, acreditam erroneamente que o sistema reprodutivo se conserva tão bem quanto elas”.

Um dos principais fatores da queda da reserva ovariana é a idade, já que existe uma relação inversamente proporcional entre a idade da mulher e o número e qualidade dos seus óvulos.

Apesar de não poder impedir o natural envelhecimento e perda de óvulos, a mulher pode evitar a aceleração desta perda mantendo hábitos saudáveis e/ou optar por congelar seus óvulos (vitrificação), de forma que conservem a qualidade do momento de seu congelamento por tempo indeterminado.

Dicas para quem está planejando ter filhos:

- Faça um check up: Atualize a carteira de vacinação, verifique a pressão, diabete, doenças sexualmente transmissíveis (DST) e todos os exames ginecológicos de rotina. Comente com seu ginecologista que está planejando a gravidez, desta forma ele pode também avaliar sua reserva ovariana e identificar a eventual necessidade de algum cuidado especial.

- Tome ácido fólico: Segundo recomendação do Ministério da Saúde, é preciso tomar suplemento de ácido fólico antes e durante os primeiros meses de gravidez para reduzir o risco de malformações do sistema nervoso central do feto e outros defeitos congênitos. A recomendação da FEBRASGO (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia) é que a mulher consuma 400 microgramas por dia de ácido fólico durante pelo menos um mês antes de engravidar (melhor que sejam três meses) e ao longo do primeiro trimestre de gestação – período em que o tubo neural está em pleno desenvolvimento.

- Vigie seu peso: Estar muito abaixo ou acima do peso ideal pode dificultar a capacidade de engravidar e também a efetividade de tratamentos de fertilidade. Segundo o estudo realizado pelo IVI “Obesidade feminina: consequências a curto e longo prazo na descendência”, o excesso de peso, além da dificuldade de conseguir a gravidez, pode afetar o desenvolvimento normal da gestação e a saúde dos descendentes. “Procure ajuda de um nutricionista”, recomenda Dra. Isa, “pois não basta emagrecer de qualquer forma, dietas muito restritivas podem prejudicar a assimilação de substâncias necessárias para manter uma boa saúde durante a gravidez”.

- Não fume: Apesar que dos riscos do cigarro são amplamente difundidos, é preciso reforçar que atualmente 13% dos casos de infertilidade estão ligados ao cigarro, fumar reduz 25% da fertilidade da mulher. Quando consegue engravidar, a mulher que continua fumando pode prejudicar a saúde de seus descendentes segundo estudo “O impacto de fumar cigarro na saúde dos descendentes” realizado pelos doutores Sergio Soares e José Bellver, ambos do IVI.

FONTE: IBAHIA

Deixe um comentário

Certifique-se de preencher os campos indicados com (*). Não é permitido código HTML.