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PM que admitiu ter atirado em garoto no Alemão vai prestar depoimento na DH

PM que admitiu ter atirado em garoto no Alemão vai prestar depoimento na DH

O policial militar, lotado na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Alemão, que acredita ter sido o autor do disparo que tirou a vida do menino Eduardo de Jesus Ferreira, de 10 anos, deverá ser ouvido, nesta quinta-feira, na Divisão de Homicídios (DH), na Barra da Tijuca, Zona Oeste. A convocação para realização do depoimento foi entregue à Polícia Militar, nesta quarta-feira.
A Polícia Civil, que já ouviu o mesmo PM no dia 2 de abril, quando Eduardo foi morto na porta de casa, na localidade conhecida como Areal, no Complexo do Alemão, quer detalhes da versão apresentada pelo PM na 8ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM).
Em seu primeiro depoimento, prestado na DH, o PM admitiu apenas ser um dos dois policiais, de um grupo de 11, que fizeram disparos em direção a homens armados. Já na 8ª DPJM, ele revelou que, por conta da sua localização próximo à mata, e pela posição do corpo da criança, pode ter sido o responsável pelo tiro.
Além do praça, um tenente do Batalhão de Choque, que fazia parte do mesmo grupo de policiais, mas que não disparou tiros, também será ouvido.
A Polícia Militar não respondeu se o PM suspeito de matar o menor continua de licença médica e nem quando o período teve início. O que se sabe apenas é que o praça teve um surto psiquiátrico durante o depoimento que prestou na 8ª DPJM, quando chegou a ser levado para o Hospital Central da PM.
Ao comentar o caso, nesta quarta-feira, em uma reunião no Ministério dos Transportes, em Brasília, o governador Luiz Fernando Pezão afirmou que o serviço de inteligência da Secretaria de Segurança Pública tem imagens de crianças portando armas em diversas comunidades do Rio. Apesar do depoimento prestado pelo PM, Pezão afirmou que ainda não há provas suficientes para concluir quem atirou contra a criança.
Ameaça a repórter
A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) divulgou nota sobre as ameaças feitas por membros da Polícia Militar a um repórter fotográfico do EXTRA. O documento diz considerar grave a exposição de informações pessoais do profissional nas rede sociais.
As mensagens com ameaças começaram após a publicação de uma foto, de autoria do profissional, que mostra um policial do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) usando touca ninja. Uma resolução de 1995, da Secretaria de Segurança, proíbe o uso de toucas ou máscaras durante operações policiais.
A nota da Abraji diz que mais graves ainda são as ameaças e incitações à violência e que nenhum jornalista deve sofrer intimidações ou represálias por realizar seu trabalho. A Abraji afirma que espera que os responsáveis pelas ameaças recebam as sanções adequadas.
Protestos
Cerca de 150 pessoas realizaram, na noite desta quarta-feira, na Zona Sul, uma manifestação contra a violência nas favelas. O ato, organizado pelas redes sociais, lembrava a morte do menino Eduardo de Jesus Ferreira, de 10 anos, atingido por um tiro durante uma operação da Polícia Militar no Complexo do Alemão, na Zona Norte, na semana passada. O grupo se concentrou no Largo do Machado, às 17h, e seguiu em passeata, segurando faixas e cartazes pedindo paz e gritando palavras de ordem, para o Palácio Guanabara, sede do governo estadual.
Pela manhã, integrantes da ONG Rio de Paz levaram uma faixa com frase "Por que mataram Eduardo?" para o Cristo Redentor. A iniciativa faz parte de uma campanha, que lança a pergunta para que a sociedade e o poder público reflitam sobre a "guerra" que tem vitimado moradores e policiais militares no Rio.
Atraso nas obras
O prefeito Eduardo Paes comentou o atraso nas obras do município em UPPs. Ele disse que “a prefeitura está fazendo um favor em ajudar na restauração de oito e na construção de duas UPPs”.

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