Um centavo. Foi por causa da falta desta moeda que um advogado de Brasília não conseguiu pagar a fiança de sua cliente, fixada em R$ 2.626,66.
Segundo Willamys Ferreira Gama, a escrivã que o atendeu na 5ª Delegacia de Polícia do Distrito Federal exigiu o pagamento exato da quantia.
De acordo com o site Migalhas, o juiz da 2ª vara Criminal de Taguatinga, cidade-satélite de Brasília, Wagno Antônio de Souza, concedeu liberdade provisória à acusada pelos crimes de receptação e de adulteração de sinal identificador de veículo automotor, mediante pagamento de fiança.
O advogado ainda relatou que a família da ré não tinha condições de pagar a quantia, o que levou a Defensoria Pública a pedir a retirada da fiança, solicitação indeferida pelo juiz.
Quando na última quinta-feira (7) a família conseguiu juntar o dinheiro, já passava das 17h, horário em que o pagamento não poderia ser feito no fórum ou no banco. Para garantir a liberdade de sua cliente, o advogado foi à 5ª Delegacia de Polícia de Brasília, onde apresentou a decisão judicial e a quantia de R$ R$ 2.626,70.
Para sua surpresa, porém, a escrivã recusou o pagamento, alegando que poderia receber apenas o valor exato fixado pelo juiz. A partir de então, o advogado começou uma verdadeira saga pela cidade para encontrar a moeda. Peregrinou por lanchonetes, foi à rodoviária e fez anúncio até no WhatsApp. Foi quando encontrou um colega que tinha a moeda.
Depois de pegar a moeda, o advogado Willamys Gama foi novamente à delegacia, mas foi informado de que não poderia ser atendido, pois havia um flagrante para ser resolvido. Para dificultar a situação, o plantão judicial não iria expedir alvará a tempo. Assim, sua cliente teve que passar mais uma noite presa.
O pagamento da famigerada fiança só foi feito nesta sexta-feira (8), por volta das 13h, e o alvará de soltura foi expedido. Para Gama, embora seja apenas um dia a mais, sua cliente foi prejudicada, pois ficou sujeita às condições ruins do presídio, quando já possuía direito à liberdade.
"A liberdade depois da vida é o bem mais precioso". O advogado, no entanto, não pretende deixar barato tudo o que aconteceu. Ele já informou a OAB/DF sobre o ocorrido. Segundo o secretário geral adjunto da seccional, Juliano Costa Couto, assim que estiver em posse do material vai oficiar a Corregedoria do TJ/DF e a Corregedoria da Polícia Civil.
Fonte: Bahia Notícias