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Paulo Gustavo: o astro pop que fez o Brasil chorar de rir

Paulo Gustavo: o astro pop que fez o Brasil chorar de rir

A covid-19 levou o ator Paulo Gustavo, aos 42 anos. O vírus apagou o sorriso daquele que fez o Brasil inteiro dar risada. Inevitável pensar em Paulo Gustavo e não lembrar de Dona Hermínia, uma peça de mãe que virou fenômeno de bilheteria. Até quando estava despido da personagem, o ator transbordava bom humor, como lembraram os amigos nas redes sociais, desde o início de sua internação.

Depois de mais de um mês internado no Rio de Janeiro, o ator não resistiu às complicações da doença que já matou mais de 400 mil pessoas só no Brasil. Durante todo esse tempo, Paulo Gustavo mobilizou o país em orações e fez os amigos famosos, junto aos anônimos e admiradores, acompanharem atentamente as notícias divulgadas pelos médicos dia sim, dia não. Uma torcida foi formada.

“A gente tem que torcer. O Brasil precisa muito do Paulo Gustavo. Ele é o pop do nosso humor, é a pessoa mais popular. Ele é o nosso Michael Jackson da comédia”, comparou o ator Leandro Hassum, quando foi divulgada a notícia sobre a piora do estado de saúde do artista.

Na entrevista ao UOL, Hassum disse que precisava ver o amigo bem para poder “chorar de te ver fazendo a gente morrer de rir”.

A batalha de Paulo Gustavo virou a batalha de muitos. Claudia Raia foi só um dos nomes que doaram sangue para o artista. Até Santa Dulce, primeira santa brasileira, intercedeu por ele, diz Maria Rita Lopes Pontes, sobrinha dela e superintendente das Obras Sociais Irmã Dulce (Osid). Mas o destino decidiu que o ator que doou quase R$ 1,5 milhão para as Osid precisava encontrar Santa Dulce em outra dimensão.

Graça
Por aqui, ficaram as boas lembranças de sua passagem intensa e bem-humorada que marcou a comédia no Brasil. No Dia do Humorista, Caetano Veloso destacou a importância de Paulo Gustavo.

“Você é essencial para nós!” – dias depois de resgatar um vídeo do artista dançando feliz da vida a música Tieta, em um de seus shows. “Nós te amamos”, escreveu na legenda.

“Ele tem sido mais do que uma companhia para os brasileiros durante essa quarentena, ele traz consolo, alívio, nos provoca ataques de riso, crises de pranto, ele é uma graça, uma peça, uma máquina de fazer rir”, enalteceu Pedro Bial na última participação de Paulo Gustavo em seu programa, durante a pandemia.

“Além de comediante extraordinário, ele é um doce subversivo”, destacou Bial.

Com seu humor, o protagonista do sucesso Minha Mãe é Uma Peça levou mais de 4 milhões de pessoas ao teatro e se tornou a maior bilheteria da história do cinema brasileiro, com mais de dez milhões de espectadores. No papel da irreverente e controladora Dona Hermínia, conquistou o país. O sucesso, em sua opinião, vinha do fato de que a personagem inspirada na sua própria mãe sempre falou o que pensa.

Sem filtro
“Na verdade, Dona Déa é pior que Dona Hermínia. Eu dou uma amenizada”, gargalhou o ator, ao falar da “supermãe” Déa Lúcia. “Sem filtro”, Dona Hermínia conquistou o coração dos brasileiros porque “é quase como se as mães se realizassem com ela”, riu Paulo Gustavo, citando a personagem de jeito “doido, histérico” e, ao mesmo tempo, amoroso.

“Dona Hermínia foi construída ao longo da minha vida, através da minha observação em casa, com a minha mãe, as minhas tias, a minha avó... As mulheres da minha vida”, contou o ator.

Paulo começava a se maquiar e já se transformava na personagem. Colocava um lápis no olho, colocava os cílios e lá vinha Dona Hermínia como se baixasse “uma entidade, um espírito”, apesar dele "morrer de medo de espírito".

Em casa, a família morria de rir quando ele imitava a mãe e a avó, por isso criou Dona Hermínia. Fez um texto de oito minutos para participar de outra peça “e deu tão certo” que fez o monólogo, contou em entrevista ao jornal O Globo, em 2014. “Estreei em 2006, num teatro de Niterói, de 100 lugares, com ingresso a oito reais. O cenário, parcelei em sete vezes. O figurino, peguei emprestado. E virou isso tudo”, revelou, na época.

Fenômeno
O espetáculo Minha Mãe é Uma Peça estreou em 2013 e em oito anos já tinha vendido dois milhões de ingressos. Paulo foi de três mil reais, com a primeira versão de 2006, para três milhões com o espetáculo 220 Volts, que estreou em julho de 2014. A superprodução tinha, além dele, Marcus Majella, Gil Coelho e Christian Monassa, além de seis bailarinos, dez toneladas de equipamento e seis trocas de cenário.

A peça em que Paulo Gustavo interpretava seis mulheres foi inspirada no programa do Multishow, que estreou em 2011.

“Ele tem uma capacidade de comunicação maravilhosa. Seu humor é esperto e ele tem o talento para criar tipos que tinha Chico Anysio. São trabalhos completamente diferentes, mas a habilidade é a mesma”, elogiou Barbara Heliodora (1923-2015), uma das principais críticas de teatro do país, em 2014.

Antes de estourar como protagonista em Minha Mãe é uma Peça – que virou livro em 2015 e DVD em 2018, tendo como palco a Concha Acústica do Teatro Castro Alves, em Salvador – Paulo Gustavo foi coadjuvante no cinema em Divã e A Guerra dos Rocha. Sua carreira inclui trabalhos marcantes como o filme Minha Vida em Marte, com Mônica Martelli; o programa Vai Que Cola, do Multishow; e a peça Hiperativo.

“Vai que Cola tem um índice médio nunca alcançado por uma série nacional ou outro programa de humor brasileiro nesta década, na TV por assinatura”, disse, em 2014, o diretor geral do Multishow, Guilherme Zattar. O programa foi anunciado em abril de 2021 como novidade da grade da Globo/TV Bahia, para ocupar as manhãs de sábado da emissora, no mês de maio.

Astro pop que fez o Brasil chorar de rir, como lembrou Hassum, Paulo Gustavo encarava o sucesso com leveza e, claro, bom humor. Em 2013, quando estreou o filme de Minha Mãe é uma Peça, estava com Vai que Cola e 220 Volts ao mesmo tempo, disse em entrevista ao jornal O Globo:

“Mas essa coisa de falar que está no auge eu não gosto. Porque auge é uma coisa que acaba. Eu não quero sair do auge nunca mais”.

 

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    Inclusão
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