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PM suspeito de matar corintianos pode ter participado de chacina em Carapicuíba

PM suspeito de matar corintianos pode ter participado de chacina em Carapicuíba

Detido na quinta-feira (7) sob a acusação de ter participado da chacina que deixou oito mortos na sede da torcida corintiana Pavilhão 9, no último dia 18, o soldado da PM Walter Pereira da Silva Júnior é também suspeito de ter atuado em uma chacina em Carapicuíba.

"O que há de comum [entre a chacina da Pavilhão 9] com outra chacina que está sendo investigada é um dos autores", afirmou, durante entrevista coletiva, o secretário da Segurança Alexandre de Moraes.

O soldado Silva Júnior foi ouvido ontem pelo DHPP (Departamento de Homicídio e de Proteção à Pessoa) e o R7 não conseguiu localizar seu advogado. Ele está lotado no 33º Batalhão, justamente o responsável por patrulhar Carapicuíba. No ano passado, duas chacinas quase seguidas assustaram a cidade.

Na primeira, em 13 de julho, cinco pessoas foram mortas: Breno Margarotto, Carlos Augusto da Silva, Guilherme Costa Conceição, Thiago Passos Viana e Wellington da Silva Soares. O caso segue sob investigação.

Treze dias depois, em 26 de julho, uma série de ataques matou Adão Candido de Lima, Bruno Rogerio Lopes Quintino, Cicero Farias da Silva Filho, Cristiano José Vieira, Gabriel dos Anjos Alves de Freitas, Gileno Oliveira da Silva e Simone Vieira Lourenço (grávida de três meses).

Em novembro, após investigações da Polícia Civil, o Ministério Público denunciou dois policiais militares — o sargento Decleres de Andrade e o soldado Osvaldo da Silva Pinto Júnior — por participação nos ataques. Além deles, foram identificados como autores da chacina Jonathan Carlos dos Santos e Isaias Bento de Melo Rodrigues.

O grupo teria decidido vingar alguns roubos praticados contra o comércio de Carapicuíba e a morte do PM Adailton da Silva Souza, ocorrida na madrugada de 19 de julho, na favela do CSU.

Bandido fardado

O secretário Alexandre de Moraes classificou como "bandido fardado" o policial suspeito de envolvimento na chacina que deixou oito mortos na sede da torcida organizada do Corinthians. De acordo com as investigações, o soldado Silva Júnior teria agido para ajudar um velho conhecido: o ex-policial Rodney Dias dos Santos.

Santos foi expulso da PM em 2004, após responder processo interno por porte irregular de arma. Na época, era soldado do 14º Batalhão, que atua em Osasco, cidade vizinha a Carapicuíba. Além disso, ele vivia e até hoje vive no bairro de Vila Lourdes, em Carapicuíba, onde ocorreu um dos ataques de 26 de julho. Na Justiça, ele acabou absolvido da acusação que lhe tirou a farda.

A polícia acredita que Santos, um dos sócios-fundadores da Pavilhão 9, era, atualmente, fornecedor de drogas de uma das vítimas da chacina do último dia 18, o ex-presidente da torcida Fábio Neves Domingos.

Recentemente, Domingos teria perdido um carregamento — há suspeita de que outros policiais criminosos teriam apreendido a droga do corintiano e cobrado propina para liberá-lo. Os investigadores, porém, não sabem se as circunstâncias da perda do entorpecente foram exatamente essas e se a apreensão foi apresentada em alguma delegacia.

Em dívida com o ex-policial, a vítima teria reagido mal durante uma cobrança feita uma semana antes do crime.

No dia 18, segundo as investigações, Santos, o soldado Silva Júnior e um terceiro policial cujo nome é mantido em sigilo teriam ido à sede da torcida para matar Domingos. Outras sete pessoas morreram, ao que tudo indica, por estarem “na hora errada, no lugar errado”, segundo o jargão policial.

Sócio antigo, Santos usou uma touca ninja, mas foi reconhecido por uma testemunha.

Fonte: R7

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