A Secretaria Municipal de Mobilidade de Salvador (Semob) iniciou uma operação emergencial para atender usuários de ônibus metropolitanos que operam na capital baiana, após anúncio de paralisação das atividades por 24h, na manhã desta quinta-feira (17). O sistema de transporte metropolitano é de responsabilidade do Governo do Estado e regulamentado pela Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (Agerba).
As linhas da Estação Mussurunga e Aeroporto que atendem a região do centro da cidade foram reforçadas, com veículos remanejados de linhas de menor carregamento, com objetivo de aumentar a oferta de veículos e atender a demanda no horário de pico. Os intervalos nas linhas de maior carregamento também foram reduzidos para dar conta da demanda.
As linhas 1035 - Aeroporto/Praça da Sé, 1053 - Estação Mussurunga/Barra 3, 1007 - Jardim das Margaridas/Lapa e 0125 - Parque São Cristóvão/Terminal de França estão com viagens tanto pela Avenida Paralela, como pela região da Orla, itinerário criado de forma emergencial para atender os usuários que utilizam as linhas metropolitanas nesse trecho. Além disso, veículos do Sistema de Transporte Complementar (Stec), os “amarelinhos”, também estão reforçando a operação na Estação Aeroporto em direção ao centro.
“Estamos buscando soluções rápidas para dar atendimento a este público e, durante o dia, iremos reorganizar nossa operação para dar o devido atendimento tanto aos usuários de Salvador quanto destes ônibus metropolitanos”, afirmou o secretário da Semob, Fabrizzio Müller.
Os rodoviários que atuam no sistema de transporte urbano das cidades da região metropolitana de Salvador iniciaram uma paralisação de 24 horas, na manhã desta quinta-feira (17). A decisão afeta cerca de 300 mil pessoas, que enfrentam transtornos para se deslocar e lotam pontos de ônibus.
O Sindicato dos Rodoviários Metropolitanos (Sindimetro) informou que o objetivo é chamar atenção para a situação dos trabalhadores da Bahia Transporte Metropolitano (BTM), que não estão operando desde o início desta semana, por falta de combustível nos veículos.
Os rodoviários da BTM também denunciaram atrasos no pagamento de salários. A entidade pede que a categoria seja transferida para as empresas que atenderão a área, conforme foi decidido na noite da última terça-feira (15), em reunião.
As seis empresas são: Nova Aviação, Atlântico Transporte, Asa Bela, Avanço, Costa Verde e a Expresso Luxo Vitória. Além de Salvador, a BTM atende também as cidades de Lauro de Freitas e Camaçari. Já as outras circulam em Candeias, Madre de Deus, Simões Filho, Mata de São João e Pojuca.
Nesta manhã, somente o sistema complementar e carros particulares, como os de motoristas por aplicativo, operam na região. O diretor do Sindmetro, Mário Cleber, esteve na garagem da empresa Costa Verde e falou sobre a situação dos trabalhadores.
Ele explicou que o edital que previa paralisação foi publicado em um jornal na última sexta-feira (11) e que o governo
“Nós publicamos no jornal de sexta-feira [11], porque já prevíamos, quando nós bloqueamos os repasses da empresa BTM. Na segunda-feira [14], o dono foi embora. Ontem [16], fizeram uma reunião com os empresários, forçando os empresários a pegarem linhas que eles não estão sustentando. A empresa Costa Verde já comunicou que não tem o dinheiro da quinzena, ou seja, não vai conseguir pagar os trabalhadores na segunda-feira. O que nós vamos fazer com uma empresa em que os trabalhadores estão sem receber o salário de fevereiro, por que o dono foi embora?", questionou Mário.
"O governo do estado da Bahia, a Agerba – que é um órgão inerte – não fazem nada. Não chamam o sindicado para conversar. Durante a pandemia, morreram oito empresas metropolitanas, faliram. Os trabalhadores estão passando necessidades. O governo do estado da Bahia nunca ajudou as empresas em nada, nunca ajudou os trabalhadores em nada”, complementou.
Mário Cléber adiantou ainda que, apesar da paralisação ser de 24 horas, não está descartada a possibilidade dos trabalhadores seguirem em protesto, com novas paradas.
“Vai depender do governo do estado da Bahia. Estamos disponíveis para sentar e resolver o problema. Mas não chame a gente sem a solução do problema. Nós aguardamos, fizemos tudo o que tinha que fazer, e agora as empresas estão caindo. Claro, a culpa também é do combustível que sobe a cada dia. No ano passado, em janeiro, o óleo diesel custava R$ 3,89, ele já está R$ 6,20”, argumentou.
Em nota, a Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (Agerba) disse que tem "mantido aberto o diálogo com as empresas, bem como com o sindicado dos trabalhadores do sistema rodoviário metropolitano".
O órgão informou que não foi comunicado sobre a paralisação da manhã desta quinta e acrescentou que um plano emergencial está em elaboração, para reduzir os danos à população.