Um levantamento divulgado nesta quarta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou que a produção industrial baiana de abril deste ano teve o maior recuo do país, tanto de março para abril, quanto em comparação ao mesmo mês 2020 (-10,0%).
De acordo com dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF) Regional do IBGE, que investigou 15 locais, a produção industrial baiana seguiu em queda (-12,4%) em comparação ao mês de março. Foi o quinto recuo consecutivo para o estado nesse comparativo e o mais intenso nesta sequência, que se iniciou em dezembro de 2020.
Pelo terceiro mês consecutivo, o estado teve a maior queda nacional nesse comparativo, em um desempenho muito pior do que o Brasil como um todo, onde houve alta considerável (34,7%), devido, em grande parte, a uma baixa base de comparação.
No período, apenas seis dos 15 locais pesquisados pelo IBGE tiveram aumento da produção industrial entre março e abril, liderados por Amazonas (1,9%), Rio de Janeiro (1,5%) e Espírito Santo (0,9%).
O IBGE destacou que, o resultado de abril de 2021, na comparação com o mesmo mês de 2020, mostra que a queda foi fortemente influenciada pelo recuo na fabricação de derivados de petróleo (-63,3%).
Além disso, o setor fabril da Bahia segue com produção inferior, se comparada com o período que antecedeu o início da pandemia da Covid-19, e opera em um patamar 34,1% abaixo de fevereiro de 2020.
Ainda de acordo com o levantamento, a Bahia também tem os piores índices do Brasil no acumulado nos quatro primeiros meses de 2021 se comparado ao mesmo período do ano anterior (-16,3%) e nos 12 meses encerrados em abril (-9,8%). Em ambos os indicadores, o resultado está aquém do apresentado pela indústria nacional (10,5% e 1,1%, respectivamente).
Quedas em derivados de petróleo e metalurgia puxam a produção baiana para baixo
O recuo na produção industrial da Bahia na comparação com abril de 2020 (-10,0%) se deu por conta da quarta queda seguida na indústria de transformação (-12,2%). Por outro lado, a indústria extrativa (27,4%) apresentou o seu segundo resultado positivo consecutivo.
O IBGE destacou que, apesar da queda geral no mês, houve retrações em apenas quatro das 11 atividades da indústria de transformação investigadas separadamente no estado, com destaques para a fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (-63,3%) e para a metalurgia (-25,6%).
Foram esses segmentos que mais puxaram a produção industrial baiana como um todo para baixo.
Entre as sete atividades industriais com aumento de produção em abril de 2020 e no mesmo mês em 2020, os principais destaques, em contribuição para segurar a queda da indústria baiana no mês, vieram, respectivamente, da fabricação de outros produtos químicos (36,4%) e da fabricação de produtos de borracha e de material plástico (225,3%), que também apresentou a maior taxa positiva.
Outras atividades com crescimentos significativos, mas com peso menor para o resultado da indústria baiana no mês foram a preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (164,6%) e a fabricação de bebidas (102,4%).
Depois de 14 recuos consecutivos, o segmento de fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias apresentou, em abril, o seu primeiro resultado positivo (1,2%) desde janeiro de 2020, na comparação com o mesmo mês do ano anterior. O avanço se deu, porém, depois de o segmento ter tido uma intensa queda em abril de 2020 (-97,2%), em virtude da pandemia.