Às 14h desta terça-feira, 3 de janeiro de 2023, o corpo de Pelé, o Rei do Futebol, chegou ao Memorial Necrópole Ecumênica, onde ficará sepultado.
A despedida final, restrita a familiares e a amigos próximos, ocorre após desfile fúnebre que durou quase quatro horas e só foi encerrado, quando o caminhão dos bombeiros com o corpo do Rei estacionou na porta do cemitério ao som de fogos de artifício. O Águia, helicóptero da PM, acompanhou todo o périplo. O procedimento da retirada do caixão do caminhão foi feito por membros do Corpo de Bombeiros com auxílio da Infantaria do Exército enquanto os trompetes tocavam o hino do Santos. O cemitério fica a cerca de um quilômetro da Vila Belmiro.
Antes, houve 24 horas de velório aberto ao público no estádio – até as 10h desta terça. Segundo estimativa do Santos, cerca de 230 mil pessoas foram à Vila Belmiro se despedir de Pelé.
No caminho, o cortejo passou na frente da casa da mãe do ex-jogador, dona Celeste. Aos 100 anos, com saúde frágil, ela não foi vista nas janelas da casa. Maria Lúcia, irmã de Pelé, acenou da sacada de uma casa vizinha, acompanhada de amigos. Estava bastante emocionada.
A família não participou da marcha fúnebre e chegou cedo ao Memorial Necrópole, minutos após o fim do velório. A viúva Márcia Aoki foi a primeira a chegar.
Lula, presidente da República, esteve presente, acompanhado da primeira-dama, Janja Lula da Silva. Ele participou, com familiares e outros convidados, de uma missa realizada na tenda onde estava Pelé.
Vestidos com camisas alusivas ao Rei e entoando cânticos exaltando o ídolo, milhares de fãs vieram juntos até a porta do Memorial para a despedida final do ídolo. O caixão entrou no local, onde teve início um novo velório, mas muito mais curto e restrito para 140 pessoas, entre familiares e amigos próximos.
O cantor Simoninha, filho de Wilson Simonal, grande amigo de Pelé, foi uma das personalidades que compareceram no sepultamento. "Pelé fez história e é a própria história. Viva o Rei", exclamou o artistas em entrevista ao Estadão
Clodoaldo, eterno "cão de guarda" de Pelé e tricampeão mundial com a seleção brasileira em 1970 também apareceu. Ele havia ido ao velório na segunda-feira. O atual goleiro e capitão do Santos, João Paulo, que não compareceu ao velório porque seu carro quebro na estrada, foi outro que participou do cortejo.
Cercado por sobrados antigos, o bairro residencial onde está situado o cemitério vertical seguramente não havia nunca antes recebido tanta gente assim. Os moradores vizinhos ao Memorial permaneceram na sacada e do lado de fora de suas casas à espera da chegada do Rei. Algumas senhoras deram auxílio aos jornalistas, oferecendo água e frutas para amenizar o forte calor em Santos.
Havia diversos policiais militares, incluindo agentes da tropa de Choque, além de seguranças do próprio cemitério. Um espaço com barras de ferro isolou a entrada do cemitério. Não houve confusão nem o registro de incidentes graves, segundo a PM.