Segunda, 20 Maio 2024 | Login

A primeira planta industrial da BYD nas Américas, para produção de carros elétricos, será instalada no município de Camaçari, na Bahia. O anúncio será oficializado pelo governador Jerônimo Rodrigues, ao lado da vice-presidente global da companhia, Stella Li, nesta terça-feira (4), às 9h30, em evento montado no Farol da Barra.

Serão apresentados os investimentos do grupo chinês no estado e o detalhamento da implantação de três unidades fabris que irão produzir chassis de ônibus, caminhões elétricos, veículos de passeio elétricos e híbridos, e processamento de lítio e ferro fosfato. A expectativa é que o Complexo Industrial da BYD - Build Your Dreams inicie a produção no segundo semestre de 2024.

As tratativas para a chegada da montadora chinesa na Bahia foram iniciadas ainda em 2022, com a assinatura de um protocolo de intenções entre a BYD e o Governo do Estado e se consolidaram neste ano, após reuniões na China e no Brasil com executivos do grupo, o governador Jerônimo Rodrigues e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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A empresa chinesa BYD anunciará oficialmente a instalação de uma fábrica de automóveis em Camaçari na próxima semana. O governador Jerônimo Rodrigues (PT) confirmou a informação na noite desta quarta-feira (28), após se reunir com o presidente Lula (PT) e a vice-presidente global da BYD, Stella Li, em Brasília. Um evento será realizado em Salvador na próxima terça-feira (4), para a apresentação do detalhamento dos investimentos que o grupo fará no estado.

“É um dia muito importante para nós. Estivemos na China, e agora estamos colhendo os frutos. Estamos felizes com a geração de empregos e a Bahia sendo uma referência internacional de inovação e tecnologia”, disse o governador após a reunião que selou o acerto para o anúncio a ser realizado na capital baiana.

Ainda segundo o governador, além de expor para o público baiano veículos de sua linha de produção, no anúncio oficial a BYD apresentará informações sobre calendário de instalação, produção, expectativa de investimentos. A BYD tem atuação em diferentes produções e é a maior fabricante mundial de baterias recarregáveis, sistemas de armazenamento de energia e veículos 100% elétricos.

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Apesar de próximo, o anúncio oficial ainda depende de algumas definições. A principal é a localização da fábrica. Não estão totalmente concluídas as negociações dos chineses com a Ford para a compra da fábrica da montadora americana em Camaçari, fechada em 2021. O governo baiano preparou-se para oferecer outra área caso as negociações com a Ford fracassem.

Além da localização, os incentivos fiscais envolvidos ainda são um mistério. Em entrevista à imprensa local, Rodrigues disse, no início do mês, que o governo estadual estava pronto para atender às “demandas de incentivos” do grupo chinês. Estaria faltando, disse ele, uma resposta do pedido feito ao governo federal.

Se não houver sinalização nesse sentido, a BYD (Build Your Dreams - construa seus sonhos, na sigla em inglês) corre o risco de se instalar na Bahia tarde demais para usufruir dos benefícios fiscais do regime automotivo do Nordeste e Centro-Oeste, previsto para terminar em 2025. Há a possibilidade, porém, de os incentivos serem renovados, como pedem outras montadoras instaladas nessas regiões - Stellantis, em Pernambuco, e CAOA e Mitsubishi em Goiás.

“Temos algumas pendências”, disse Li, também presidente da BYD Américas, em entrevista ao Valor ontem, segundo dia da sua viagem ao Brasil. A executiva não dá detalhes sobre o projeto. Não confirma data do anúncio nem se a nova fábrica será na Bahia. “Estamos muito próximos agora (do anúncio)”, diz.

Ela mostra, porém, entusiasmo em relação ao encontro com Rodrigues e Lula. Presidente e governador estiveram com a direção da BYD em abril na China. Rodrigues visitou fábricas e Lula encontrou-se, em Xangai, com o fundador e presidente do grupo, Wang Chuanfu, de 57 anos, chamado por alguns como o “Elon Musk da China”. Li é mais simpática à ideia de dizer que Chuanfu é uma “mistura entre Jack Welch e Thomas Edison. Fundada em 1996, a BYD passou à frente da Tesla no ano passado e passou a ser a maior fabricante de veículos elétricos do mundo.

Além dos 100% elétricos, chinesa pretende fabricar híbridos “plug-in” para uso com etanol
Li diz que a empresa ainda decidirá quais modelos planeja produzir aqui. E revela que, além dos carros 100% elétricos, pretende fabricar no Brasil híbridos “plug-in” que poderão usar etanol. Assim como o híbrido comum, o “plug-in” tem dois motores - um a combustão e outro elétrico, que se alternam, dependendo do uso. A diferença é que o “plug-in” pode ser também carregado em tomada, o que eleva seu potencial elétrico.

Para a executiva de 53 anos, futuramente o mercado brasileiro poderá ser parecido com o que é hoje o da China: metade dos carros totalmente elétricos e a outra metade de híbridos “plug-in” a etanol.

A BYD informa a intenção de investir no Brasil cerca de R$ 10 bilhões até 2025. No protocolo de intenções assinado com o governo da Bahia em 27 de outubro e anunciado no dia seguinte por Rui Costa, antecessor de Rodrigues e hoje ministro da Casa Civil, além dos automóveis, os planos do grupo chinês envolvem produção de chassis de ônibus e caminhões elétricos, além do processamento de lítio e ferro fosfato. Segundo o documento, o investimento inicial no complexo industrial baiano somará R$ 3 bilhões e será feito com recursos do próprio grupo.

Li visita o Brasil num momento em que parte da indústria automobilística defende a volta do Imposto de Importação para carros 100% elétricos, suspenso desde 2015. Para ela, a tributação tem de levar em conta a necessidade de permitir o ingresso de tecnologia ainda inexistente no país.

“A indústria passa por uma importante transição, com muita inovação. Não há chances de produzir tudo aqui. Isso inclui os componentes”, afirma. Para ela, se uma empresa está comprometida a fazer um investimento deve receber tratamento especial para esse tipo de importação.

“É preciso abrir portas para companhias inovadoras para trazer (ao país) tecnologia avançada”, diz. “Uma vez que tenha colocado dinheiro aqui você quer ter certeza de contar com todos os recursos para fazer do empreendimento um sucesso”, completa.

Nascida em Yunnan, sudoeste da China, e formada em Estatística, Li seguiu trajetória profissional que se confunde com a história da empresa. Ela começou a trabalhar na BYD um ano depois da fundação da empresa, há 27 anos. A primeira vez que passou pela sede, em Shenzhen, a empresa se resumia a um andar de poucos metros quadrados. Seis meses depois, ocupava dois edifícios.

“Aquilo me impressionou. Para uma jovem recém-graduada, que também sonha, entrar numa empresa chamada construa seus sonhos, sem limites para crescer, parecia trazer a perspectiva de um futuro brilhante”, diz a eloquente e risonha executiva, que não dispensa seu chá enquanto fala.

Tanto a empresa como a carreira da executiva tomaram impulso rapidamente. A BYD já vendeu 3,3 milhões de veículos, dos quais 1,8 milhão só no ano passado, quando registrou crescimento de 150% em relação a 2021. A receita, em 2022, alcançou US$ 61,7 bilhões. Li tornou-se responsável pela expansão da marca fora da China. Dali, ela seguiu para Hong Kong, para criar a primeira filial do grupo. Depois, foi para Roterdã, para instalar a operação europeia, e dali para Chicago e Los Angeles, onde mora hoje.

O grupo ergueu fábricas de veículos em Taiwan, Europa e Estados Unidos. Mas o caso brasileiro é peculiar pela diversidade das operações. A BYD chegou ao país em 2015, quando instalou uma fábrica de montagem de ônibus elétricos em Campinas (SP). Dois anos depois, iniciou, ali, a produção de módulos fotovoltaicos, para painéis de energia solar.

Em 2020, instalou, em Manaus, uma linha de montagem de baterias de fosfato de ferro-lítio. para abastecer a frota de ônibus elétricos. O grupo também está envolvido em projetos de monotrilhos, em São Paulo e Salvador.

Li, que aparece na lista das mulheres mais poderosas da Revista Forbes China, em 2021 e 2022, entre outros prêmios, diz notar o esforço feminino na transformação do mundo dos negócios.

Um dos seus desafios, agora, é fazer com que o consumidor de mercados como o Brasil teste o carro elétrico para “sentir a experiência de dirigir no silêncio, de forma suave e sem danos ambientais”. “O carro elétrico se vende por si mesmo”, diz. Em relação ao custo, ela aposta que, com o tempo, os preços vão cair. “Vocês vão se surpreender”, diz a executiva que, antes de partir para o encontro com Lula, hoje, participará do lançamento de mais um modelo da marca, em São Paulo.

Para ela, o trânsito de São Paulo - “muito barulhento” - se parece com o da Cidade do México. Sua expectativa é que ônibus elétricos da marca comecem a rodar na cidade, como acontece no Chile e Colômbia.

A impressão que Li teve em seu primeiro encontro com Lula foi a de alguém preocupado com as mudanças climáticas. Por isso, destaca ela, “é precioso ter um plano para construir a indústria com toda a inovação” necessária para esse objetivo.

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O governador da Bahia Jerônimo Rodrigues (PT), em entrevista à imprensa, na manhã desta quinta-feira (1º), garantiu que as negociações entre o governo estadual e o grupo automotivo chinês BYD estão avançadas. Na oportunidade, o chefe do Executivo da Bahia referiu-se a instalação da fábrica como “muito próximo” e assegurou que nos próximos meses, a vice-presidente global da montadora, Stella Li, deve desembarcar em solo baiano para bater o martelo sobre as tratativas. Para além, o gestor também anunciou possíveis novos investimentos entre a Bahia e o governo chinês para a área automobilística.

“Como envolve duas empresas, tem um sigilo entre as duas que eu não posso ser o porta-voz disso. Mas, eu posso dizer a você, que está muito próximo, inclusive com informações da BYD, de outros investimentos que não depende da relação Ford – BYD. São investimentos dele e também nosso, do Governo do Estado. Nós já queremos iniciar, eles também já estão dentro de um espaço para fazer isso”, informou Jerônimo.

“Tem uma novidade que é a vinda de uma das executivas mais forte, a senhora Stella da BYD. Ela está prevista entre este final do mês e início do outro. Ela não virá aqui a passeio, ela virá para a gente fazer uma coisa mais concreta. Então, a expectativa nossa é essa”, emendou o governador.

Na mala do governador com destino à China, no mês de abril, o diálogo foi voltado para três importantes temáticas ao Estado: a instalação da montadora chinesa, o início das obras do Veículo Leve de Transporte (VLT) e a ponte Salvador-Itaparica, alvo de críticas pela oposição. Sobre o VLT, Jerônimo adiantou que, a abertura das obras vão além da dependência direta dos chineses, e sim, de incentivos estaduais e federais.

“A BYD pediu um conjunto de incentivos ao governo do Estado e nós estudamos, vimos a capacitação orçamentária e demos ‘ok’ para um conjunto de demandas de incentivos. Ao mesmo tempo, eles demandaram isso ao governo federal. E aí, nós estamos aguardando o governo federal, o governo [federal] aceitou estudar e tenho certeza que lá também está bem andado [incentivos fiscais]. Os incentivos estaduais e federais saindo já são uma porta aberta para a gente poder ver a data de realização tanto da indústria quanto também do VLT, que a gente pode talvez facilitar a negociação”, comentou aos jornalistas.

Questionado se a nova fabricante de automóveis será instalada em Camaçari, Região Metropolitana de Salvador (RMS), o chefe do Palácio de Ondina tentou ser cauteloso e afirmou que “posso dizer a você que está tudo bem andado, caso aconteça, para eu não me antecipar nas palavras, para ser em Camaçari”.

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Após o anúncio de que o Polo Automotivo de Camaçari será assumido pela empresa chinesa BYD, o prefeito Elinaldo Araújo (União) afirmou que o município ganha muito com a chegada da maior fabricante de carros elétricos do mundo, que substituirá a planta da antiga Ford.

O gestor do Executivo enfatizou que a Prefeitura está à disposição para agilizar a implantação da empresa. “A chegada de mais uma fábrica significa mais oportunidade de emprego e renda para nossa população, além do aquecimento de toda a indústria. Como prefeito, fico muito feliz e satisfeito com essa informação e ressalto que a Prefeitura está de portas abertas para dialogar e auxiliar todo o trâmite de instalação no município”, frisou.

“Não pouparemos esforços para criar todas as condições, seja do ponto de vista da simplificação dos processos ou da infraestrutura necessária, para que a BYD possa se instalar e impulsionar o desenvolvimento de Camaçari e da Bahia”, continuou.

Elinaldo ainda salientou que a fábrica da Ford, quando chegou à Bahia, representou um grande investimento para o setor industrial do estado. O prefeito frisou que a chegada da BYD acontece graças a essa planta automobilística, que já está pronta.

“Lá atrás, nosso grupo político fez todos os esforços para atrair a Ford e criar as condições para que, hoje, a Bahia tenha uma planta automobilística moderna e, agora, capaz de receber a empresa chinesa. Seguiremos com esta mesma disposição para oferecer todas as condições à BYD e atrair ainda mais investimentos para Camaçari”, ressaltou.

Inicialmente, o planejamento industrial terá como objetivo 30 mil veículos, podendo chegar à capacidade produtiva de 150 mil unidades por ano.

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A BYD Auto é subsidiária da BYD, multinacional de alta tecnologia, dedicada a alavancar inovações tecnológicas para uma vida melhor. Com o objetivo de acelerar a transição verde do setor de transporte global, a BYD Auto se concentra no desenvolvimento de veículos elétricos puros e híbridos plug-in. A maior fabricante de carros elétricos do mundo irá investir R$ 3 bilhões para instalar três fábricas na Bahia, gerando 1.200 empregos diretos durante o período de implantação. As unidades irão produzir chassis de ônibus e caminhões elétricos e veículos de passeio elétricos e híbridos e processar lítio e ferro fosfato, de acordo com o protocolo de intenções assinado nesta quinta-feira (27) entre a BYD do Brasil, subsidiária da empresa chinesa no país, e o Estado da Bahia.

Pelo Estado, assinaram o documento o governador Rui Costa e os secretários estaduais de Desenvolvimento Econômico, José Nunes Soares, e da Fazenda, Manoel Vitório. Já o Diretor Presidente da BYD do Brasil, Tie Li, assinou o protocolo de intenções em nome da empresa.

Conforme o cronograma, todas as unidades começam a ser implantadas em junho de 2023. Duas delas devem estar concluídas em setembro de 2024, com início de operação em outubro. A terceira tem conclusão prevista para dezembro do mesmo ano, com início de operação em janeiro de 2025.

Etapas

A implantação de uma indústria química para processamento de lítio e ferro fosfato constitui, de acordo com o protocolo, a primeira fase do empreendimento. Esta unidade utilizará como insumos o lítio extraído no Brasil. A produção desta unidade será exportada para a China.

Em paralelo com a indústria química, será implantada a fábrica de chassis para produção de ônibus e caminhões elétricos, sendo que a produção de ônibus elétrico será para abastecer o mercado das regiões Norte e Nordeste do Brasil. A produção de veículos de passeio elétricos e híbridos compreende a terceira fase do acordo. O protocolo prevê ainda que a BYD também analisará a viabilidade da importação de veículos acabados pelo porto de Salvador.

Incentivos

A contribuição do Estado da Bahia para viabilização do empreendimento inclui a concessão de incentivos fiscais até 31 de dezembro de 2032, de acordo com a legislação tributária estadual. Os benefícios baseiam-se na Lei nº 7.537/99 que institui o Programa Especial de Incentivo ao Setor Automotivo da Bahia (Proauto), e na Lei nº 7.980/2001 e Decreto n.º 8.205/2002, estaduais, que institui o Programa de Desenvolvimento Industrial e de Integração Econômica (Desenvolve).

A implantação na Bahia de planta industrial dotada com a mais avançada tecnologia global do setor automotivo trará benefícios como o desenvolvimento social do Estado da Bahia, em decorrência do incremento da base produtiva e circulatória de bens, e a geração de novos empregos e renda.

Ainda de acordo com o protocolo, os incentivos se justificam por ser indispensável que o Estado, visando ao incremento do desenvolvimento industrial e comercial, propicie condições para a realização de investimentos no setor produtivo, mediante a formação de parcerias com o setor privado.

Compromissos da BYD

Entre as contrapartidas assumidas pela BYD estão a elaboração de um plano de negócios detalhado, que deverá ser aprovado pelo Estado. A empresa deverá promover o treinamento e a capacitação de mão de obra especializada, prioritariamente local, a ser aproveitada no processo fabril. Deverá ainda, a cada seis meses após a assinatura do protocolo e até a entrada em operação das unidades industriais, informar à Secretaria de Desenvolvimento Econômico sobre o estágio do empreendimento e a previsão de implantação.

A BYD também deverá priorizar a contratação de empresas estabelecidas na Bahia para a realização das obras civis, contratação dos serviços e aquisição dos insumos necessários à implantação e operação do empreendimento, priorizando fornecedores locais e obrigando-se a disponibilizar a lista completa dos serviços a contratar e dos insumos a adquirir, o que contribuirá para o adensamento da cadeia produtiva dentro do estado.

Outra contrapartida estabelecida é a adesão da empresa ao Projeto Estadual de Incentivo à Primeira Experiência Profissional - Estágio, Aprendizagem e Ocupação Formal (Projeto Primeiro Emprego).

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Com objetivo de debater a atração de novas empresas e amenizar o alto índice de desemprego em Camaçari após a saída da Ford do país, o presidente da Câmara Municipal, Júnior Borges (União), se reuniu nesta quinta-feira (9), de maneira virtual, com o diretor de projetos da BYD Brasil, Alexandre Barbosa.

A proposta do encontro virtual foi discutir as reais possibilidades da multinacional, que já está presente em 50 países, se instalar no município, atuando, principalmente, na fabricação de carros. Para Borges, a concretização da instalação de um braço da BYD no município seria um fôlego para a economia local, destacando como principais conquistas a receita do município e a geração de empregos para a população. “Precisamos criar uma política econômica de forma que a gente possa atrair novos negócios para Camaçari, gerando emprego e receita para que o município tenha robustez suficiente para investir no crescimento da cidade”, destacou.

O presidente ressaltou ainda a área deixada para trás pela Ford, com 4,7 milhões de metros quadrados, como o lugar ideal para a instalação de uma unidade fabril da empresa em solo baiano. “Temos um parque industrial automotivo pronto para receber a BYD, com toda a estrutura e tamanho suficiente para atender a linha de produção que a empresa precisa para a fabricação de carros”, disse Júnior Borges.

Já em contato com a Bahia por conta de projetos desenvolvidos pela BYD no estado, o diretor de projetos da empresa, Alexandre Barbosa, se mostrou interessado com a possibilidade da implantação de uma unidade da multinacional em Camaçari, mas ressaltou que a proposta ainda está em fase de estudos. “A Bahia é um estado que a BYD já está presente e pronta para colaborar. Estamos fazendo alguns estudos, mantendo contato e conversando com o governo do estado. Temos total interesse em estudar e poder escolher Camaçari, caso venhamos a operar uma fábrica de carros no Brasil”. A BYD é responsável pela construção e operação do monotrilho VLT que liga Salvador à Ilha de São João.

Júnior Borges afirmou a importância da empresa para Camaçari e vai oficializar a recomendação do polo industrial como uma opção para a BYD fabricar carros no Brasil, por meio de um documento entregue pela Câmara de Camaçari, em nome de todos os vereadores do Legislativo. “A Câmara está à disposição para dialogar sempre que preciso e amadurecer a ideia da instalação de uma unidade na cidade”.

Para dar continuidade às tratativas que precedem uma possível presença da BYD no município, um novo encontro deve ser marcado para o mês de julho com as presenças do prefeito de Camaçari, Elinaldo Araújo (União), e titulares das secretarias municipal e estadual de Desenvolvimento Econômico.

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A BYD, multinacional com origem na China – fabricante de baterias e placas solares, caminhões, ônibus e carros elétricos -, está em negociação avançada com o governo do estado, a fim de viabilizar a instalação de uma unidade fabril, no Polo Industrial de Camaçari, no site que abrigava a fábrica da Ford.

O nome da empresa, que hoje tem valor de mercado de aproximadamente US$ 113,15 bilhões, segundo a plataforma Companies Market Cap, e é a maior fabricante de carros elétricos da China, foi revelado pelo portal Bahia Econômica. Após o governador Rui Costa anunciar que as negociações para atrair uma fábrica de carros a ser instalada no antigo complexo da Ford em Camaçari estavam avançadas.

Por meio da assessoria de imprensa, a BYD informou: “A posição oficial é que a empresa não vai comentar o assunto”. De acordo com o Bahia Econômica, “as negociações entre a empresa e o governo do Estado estão avançando, mas guardadas a sete chaves e centralizadas no gabinete do governador”.

Projetos na Bahia

A BYD já é responsável pela construção e operação do VLT do Subúrbio, o novo sistema de transporte sobre monotrilho que ligará a região do Comércio, em Salvador, até a ilha de São João, no município de Simões Filho, possuindo com o Estado um contrato de R$ 1,5 bilhão. A empresa também é responsável pelo projeto de SkyRail (monotrilho) na cidade de São Paulo, com a Linha 17 – Ouro.

O Bahia Econômica apurou que a BYD havia inicialmente manifestado interesse em comprar a fábrica da Ford em São Bernardo do Campo (SP). Entretanto, não houve avanços nesse sentido, por isso, a empresa ampliou as negociações com o governo da Bahia, para se instalar em uma parte do complexo industrial da Ford.

A ideia inicial seria a montagem ou produção em Camaçari do Tan EV, o primeiro SUV elétrico da marca vendido no Brasil, e do Han EV. Em abril, a BYD lançou o sedã premium BYD Han EV, com preço sugerido de R$ 539.990 (promocional para o primeiro lote). O carro 100% elétrico tem autonomia de até 550 km, segundo a fabricante, e está recheado de itens de luxo e tecnologia.

O economista Armando Avena, editor responsável pelo Bahia Econômica, explica que a atração de uma fábrica de carros elétricos para o Polo Industrial de Camaçari, a ser instalada no site da Ford, “é de fundamental importância, porque ela passará a tomar o lugar de âncora da cadeia produtiva de bens finais, especialmente de automóveis”.

Ele explica ainda as vantagens para a BYD. “A Bahia tem um posicionamento muito favorável para a fábrica, que terá um porto à sua disposição, que está alocado à fábrica. E ainda toda a infraestrutura, o site da Ford já montado”.

“Não existe mais o regime automotivo do governo federal. Então, produzir na Bahia ou em qualquer outro estado do Nordeste é mais caro que produzir no Sudeste, porque a maior parte do mercado está lá. Esse é o grande problema dessa empresa. O maior mercado dela estará no Sul e Sudeste do Brasil”, pondera Avena.

O economista afirma que o governo do estado terá que dar algum tipo de isenção, “junto com os incentivos da Sudene, algum tipo de incentivo de ICMS, para compensar à empresa a diferença de se instalar longe mercado do mercado alvo”. “É importante para a Bahia atrair uma indústria automobilística, uma fábrica de carros elétricos, hoje o futuro da indústria automotiva no mundo”, conclui.

Grupo Parvi assume operação comercial da BYD na Bahia

Em abril, a BYD Brasil anunciou a nomeação do Grupo Parvi como parceiro responsável pela gestão de revendas da marca nas cidades do Recife (PE) e de Manaus (AM). Mais recentemente, o grupo assumiu a representação da marca para todo o estado da Bahia.

Em abril, o Grupo GNC foi nomeado para representar a marca de carros elétricos de luxo no mercado baiano. Mas houve mudança de estratégia: “Recentemente, tivemos o privilégio de assumir essa importante capital do Nordeste e do Brasil, pela qual já tínhamos grande interesse”, afirma o diretor comercial Grupo Parvi, Fabricio de Faveri.

“Essa é uma decisão da BYD. Confesso que não temos os detalhes do motivo pelo qual o Grupo GNC não continuou, porém, como para a capital da Bahia éramos muito bem cotados, assim como eles, tivemos essa grande notícia que veio posteriormente”, explica.

A previsão ainda é inaugurar a primeira concessionária da BYD em Salvador no segundo semestre deste ano. “Estamos a todo vapor nas aprovações do projeto arquitetônico junto a BYD e as obras começarão de imediato, após o fim da parte relacionada ao projeto. Posso adiantar é que faremos uma operação incrível, digna da marca premium que é a BYD”.

Expectativa

É alta a expectativa do Grupo Parvi em relação ao mercado baiano. “O mercado premium da Bahia de 2021 correspondeu a 1,8% do mercado nacional, sendo 819 unidades no ano, mesmo com a falta mundial de semicondutores. Este ano já foram 254 unidades até maio, mantendo o percentual do volume nacional”, enumera.

“A BYD, pelo seu produto premium de alta qualidade e preço altamente competitivo, vai agregar muito ao mercado no segmento de híbridos e elétricos abaixo dos 290 mil reais. Acreditamos que o Brasil e a Bahia em breve irão se apaixonar pelo produto e será de grande aceitação em todo estado”, comenta.

A atuação se dará em todo o estado e não apenas em Salvador. “Atenderemos, da capital, todo o estado da Bahia. Hoje é mais comum do que se imagina entregarmos carros de luxo no interior do estado, pelas compras feitas diretamente pela internet. O Grupo Parvi é um dos grupos mais focados hoje no Brasil no atendimento de excelência de forma virtual e conseguimos atender a todas as etapas, da compra do cliente pela internet à entrega na sua casa”. O grupo também vai comercializar as placas solares fabricadas pela BYD.

A história do Grupo Parvi começou em 1980, com a abertura de uma concessionária Mercedes-Benz em Palmares, no interior de Pernambuco. De lá para cá, tornou-se um dos maiores grupos automotivos do Norte e do Nordeste, com presença em 13 estados brasileiros. Atualmente, conta mais de 90 concessionárias de diversas marcas, que atuam no mercado brasileiro, algumas voltadas ao segmento premium.

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