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A Unigel suspendeu o aviso prévio dos cerca de 380 trabalhadores da fábrica de fertilizantes de Camaçari (BA). Em nota, a companhia destacou que “segue em tratativas para a retomada de produção e manterá todos os colaboradores”. A empresa também informou que continua em negociação para viabilizar a operação da Unigel Agro Bahia e segue confiante que chegará em uma boa solução para as partes.

A paralisação da fábrica baiana foi comunicada pela Unigel no início deste mês. Segundo Roberto Noronha Santos, CEO da Unigel, a ação se fez necessária devido aos desafios macroeconômicos de mercado. “Estamos atravessando a pior crise que o setor Petroquímico já viveu em anos, paralelo a isso, as condições de competitividade com o mercado internacional tornam tudo ainda mais complexo, mesmo assim nunca desistimos e seguimos firmes no propósito de continuar produzindo fertilizantes nitrogenados, matéria-prima tão necessária ao país. Os trabalhadores serão mantidos e retomaremos a produção em Camaçari assim que possível”, explicou.

A empresa disse ainda que continua em tratativa com a Petrobrás voltada para os projetos da companhia focados em energia renovável e fertilizantes, conforme em comunicado veiculado em junho deste ano.

O diretor de comunicação do Sindicato dos Petroleiros e Petroleiras do Estado da Bahia (Sindipetro), Radiovaldo Costa, explicou que os trabalhadores da Unigel estão preocupados com esse desdobramento e com a incerteza que paira no que vai acontecer com a empresa.

Publicado em Bahia

A indústria química brasileira Unigel anunciou nesta quarta-feira (18) que investirá até 1,5 bilhão de dólares em seu complexo na Bahia para produção do chamado "hidrogênio verde", a primeira instalação do país para o produto em escala industrial.

Localizada em Camaçari (BA), a fábrica deve ter a primeira de três fases inaugurada até o fim deste ano, ampliando a capacidade até chegar a 2027 produzindo 100 mil toneladas de hidrogênio, ou 600 mil de um de seus derivados, a amônia.

A primeira fase do projeto foi anunciada em meados do ano passado, com investimento de 120 milhões de dólares e capacidade de produção de 10 mil toneladas por ano de hidrogênio verde e de 60 mil toneladas por ano de amônia verde.

O hidrogênio é usado como combustível para veículos e insumo em indústrias como siderurgia e refino de petróleo. A amônia também pode ser empregada como combustível de navios graneleiros e na fabricação de fertilizantes e acrílicos.

Mas diferente da produção tradicional, na qual o insumo é o vapor do gás natural, o hidrogênio verde é obtido a partir da conversão de energia de origem eólica ou solar, com uso de eletrolisadores que serão fornecidos pela europeia thyssenkrupp nucera.

Parte da energia a ser empregada na produção virá de energia eólica da Casa dos Ventos, com quem a Unigel firmou um contrato bilionário em setembro de 2021.

Segundo o presidente da Unigel, Roberto Noronha Santos, no começo a maior parte da produção da nova fábrica deve ser enviada a clientes no exterior, dada a crescente demanda de regiões como a Europa por produtos que reduzam ou eliminem totalmente as emissões de carbono, como é o caso do hidrogênio verde.

"A Unigel já opera um dos dois únicos terminais de amônia no Brasil, no porto de Aratu (BA)", disse Santos à Reuters. "Também temos acesso à infraestrutura e a fontes de energia no Polo de Camaçari."

Segundo o diretor executivo da Unigel, Luiz Felipe Fustaino, a companhia está avaliando opções para levantar os recursos para a segunda e terceira fases do projeto, o que pode incluir joint ventures e uma oferta inicial de ações (IPO).

A empresa, criada em 1966, chegou a tentar uma estreia na bolsa paulista em agosto de 2021, mas desistiu devido às condições adversas do mercado.

No entanto, obteve o registro de companhia aberta e, após mudanças regulatórias implementadas recentemente pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), poderá vender ações usando um processo mais ágil do que no passado. "Mas isso ainda é uma alternativa em estudo", disse Fustaino.

Corrida pelo ouro verde
Além da fábrica da Unigel, há outros projetos-piloto de produção de hidrogênio verde no país, um no Ceará, outro no Rio de Janeiro, ambos em caráter experimental.

A emergência do combate ao aquecimento global tem uma corrida por projetos de descarbonização. No começo do mês, a Índia aprovou um plano de incentivo de 2,1 bilhões de dólares para promover o hidrogênio verde, no esforço para produzir 5 milhões de toneladas do combustível até 2030.

Em dezembro, o Egito concedeu licença para um projeto de amônia verde com capacidade anual de 1 milhão de toneladas, com investimento de 5,5 bilhões de dólares.

Um mês antes, Portugal revelou um plano para se tornar um grande exportador de hidrogênio verde, com investidores privados planejando gastar 10 bilhões de euros.

Publicado em Economia

Há mais de quatro décadas, quando se definiu a planta do Polo Industrial de Camaçari, que na época ainda era apenas petroquímico, decidiu-se chamar as ruas do local com os nomes de elementos da tabela periódica. Quis o destino que uma delas se chamasse Hidrogênio e é justamente lá onde será instalada a primeira fábrica de hidrogênio verde comercial do Brasil e a maior do tipo no mundo.

Responsável pelo projeto, a Unigel anuncia oficialmente hoje o investimento de US$ 120 milhões – aproximadamente R$ 650 milhões – para produzir pela primeira vez no país o “combustível do futuro” em escala comercial, a partir de dezembro de 2023. Inicialmente, a unidade terá capacidade de produzir 10 mil toneladas de hidrogênio verde por ano e 60 mil toneladas/ano de amônia verde.

A nova fábrica deve estimular a economia local, com geração de pelo menos 500 empregos diretos e indiretos. Na segunda fase do projeto, prevista para entrar em operação até 2025, a companhia deve quadruplicar a capacidade de produção.

A fabricação de hidrogênio e amônia verdes já é um desdobramento de outras ações que a Unigel tem feito, como a parceria para produção de energia eólica, em valor superior a R$ 1 bilhão, com a Casa dos Ventos. “A Unigel está focada em investimentos que permitam a descarbonização de suas operações e também contribuindo com soluções para a indústria”, declara Roberto Noronha Santos, CEO da Unigel.

Além de alimentar os sonhos de uma fonte energética livre de carbono, a produção do hidrogênio verde e a sua conversão para amônia verde representa o horizonte de uma produção agrícola mais sustentável, com os chamados fertilizantes verdes.

Roberto Noronha Santos destacou, durante uma conversa com um pequeno grupo de jornalistas brasileiros e estrangeiros ontem em Camaçari, que a empresa está saindo na frente dos concorrentes em dois anos graças à estrutura que ela já possui na Bahia. “Camaçari tem bastante investimentos nossos. É o único local em que temos todas as nossas linhas de produtos”, destaca. Ele aproveitou para lembrar de um outro investimento da empresa que está em andamento no polo, de R$ 500 milhões para a produção de ácido sulfúrico.

“Este aqui é o maior polo petroquímico do Brasil. Aqui mesmo já temos demanda suficiente para bancar a fábrica”, diz. “O que nos levou a escolher o local é que já temos a estrutura pronta para converter o hidrogênio em amônia verde. Já tem o terminal de amônia no Porto de Aratu, tanques de amônia, planta de amônia”, diz. Por isso, todos os outros projetos anunciados estão previstos para os anos de 2025 e de 2026, completa.

Luiz Felipe Fustaino, diretor executivo da Unigel, lembrou que nos últimos anos foram anunciados diversos projetos para a produção de hidrogênio verde, mas nenhum em escala comercial, pondera. “A expectativa é de termos a planta pronta até o final de 2023 e aí teremos a maior fábrica de hidrogênio e de amônia verde do mundo, focando em clientes brasileiros que estão buscando alternativas de descarbonização”, completou.

Ele ainda destacou que todas as políticas que vêm sendo adotadas pelo setor produtivo para deixar de queimar combustíveis fósseis em suas estruturas de produção e NET zero (compromisso de zerar emissões de gases do efeito estufa) passam pelo uso do hidrogênio.

“Nós estamos numa emergência climática e o mundo definiu o hidrogênio como veículo principal da descarbonização. Por que? Você ele tem um círculo perfeito. O desafio está no processo de eletrólise, mas o Brasil tem sol, vento e água para produzir energia renovável”, diz.

Para o produto ser considerado verde, toda a energia utilizada no processo de transformação deve ser renovável, além de ser uma nova oferta. Ou seja, é preciso ampliar a oferta de eletricidade a partir de matriz renovável para considerar o projeto verde. Nesta primeira fase do projeto, a Unigel contratou a eletricidade que será utilizada da Casa dos Ventos, que está construindo um parque eólico novo para fornecer os 60MW que serão usados pela empresa. Os três eletrolisadores padrão de 20 MW serão instalados pela thyssenkrupp nucera.

“A Bahia está cheia de projetos eólicos e fazendas de eletricidade”, destaca Roberto Noronha Santos.

Noronha dos Santos explica que o custo do produto é um pouco maior que o do chamado hidrogênio cinza, que é aquele produzido a partir de combustíveis fósseis. Mas a expectativa dele é que o apelo para a descarbonização compense isso. “Hoje o custo é um pouco mais alto que o da amônia tradicional, mas a ideia é ter um produto premium, que não é nem opcional. As empresas já exigem isso, a sociedade exige. O setor químico busca a neutralidade de carbono. Já existem protocolos”, lembra.

Cerimônia
O lançamento da pedra fundamental da nova fábrica nesta terça-feira (26) em Camaçari contará com a participação de lideranças políticas dos governos federal e estadual, além de empresários de todo o país. “Ao longo de nossos quase 60 anos de história, desenvolvemos tecnologias e investimos para atender às demandas industriais e do agronegócio. Com este projeto, a Unigel dá mais um importante passo rumo à descarbonização de diversos setores, contribuindo substancialmente para combater as mudanças climáticas do planeta”, afirma Henri Slezynger, fundador e presidente do Conselho de Administração da Unigel.

“O projeto da Unigel é o primeiro do gênero no Brasil e reforça o pioneirismo e empreendedorismo desta que é uma das maiores empresas químicas do País. Ficamos muitos orgulhosos e honrados por firmar essa nova parceria e compartilhar a experiência e a capacidade de fornecimento inigualável que adquirimos ao longo de seis décadas desenvolvendo nossa tecnologia de eletrólise”, diz Paulo Alvarenga, CEO da thyssenkrupp para a América do Sul, em nota.

 

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Um caminhão tanque transportando amônia tombou na altura do km 00 da BA-535 (Via Parafuso), nesta quinta-feira (19), por volta das 4h, sentido Polo Petroquímico, na rotatória da saída do Canal de Tráfego em Camaçari. De acordo com a Concessionária Bahia Norte, responsável pela administração da via, o condutor do veículo teve ferimentos leves e foi atendido pela equipe médica da concessionária.

O caminhão pertence a transportadora Trelsa e estava seguindo para descarregar na Unigel. O Corpo de Bombeiros foi acionado e constatou que não houve vazamento do produto químico. A pista segue totalmente bloqueada até que seja feito o transbordo do produto e a retirada do caminhão.

Enquanto durar a operação, a Bahia Norte orienta que os motoristas sigam pela Rua Eteno, dentro do Polo Petroquímico ou utilizem a BA-093. A Polícia Militar Rodoviária (PMRV) também está no local, monitorando a operação.

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A Unigel Agro Bahia, inaugurada no Polo Industrial de Camaçari, também vai produzir para o mercado farmacêutico. Durante o evento, ocorreu também a inauguração da nova planta de Acetonitrila de alta pureza, especialidade química voltada para esse mercado. A unidade, que também já entrou em operação, tem a capacidade de produção de 5 mil toneladas por ano.

O fundador da Unigel, Henri Slezynger, afirmou que empresa irá investir também na instalação de uma fábrica de amônia verde em Camaçari. “A previsão é que as operações sejam iniciadas até o fim do próximo ano. Será a primeira fábrica de amônia verde no país e uma das primeiras e maiores em todo o mundo, colocando a Bahia num lugar de destaque internacional”, afirmou.

A Unigel é o maior produtor latino-americano de acrílicos e estirênicos, com plantas em São Paulo e na Bahia. A unidade de Camaçari tem capacidade instalada anual de 160 mil toneladas de estireno, 15 mil toneladas de policarbonato, 95 mil toneladas de acrilonitrila, 12 mil toneladas de cianeto de sódio, 6 mil toneladas de tolueno e 5 mil toneladas de acetonitrila. O estireno produzido neste local também é utilizado como matéria-prima para a produção de poliestireno nas plantas de São José dos Campos e Guarujá.

A empresa fornece insumos fundamentais para a fabricação de produtos finais nos mercados de eletrodomésticos e eletrônicos, automotivo, tintas e revestimentos, construção civil, papel e celulose, embalagens, saúde e beleza, têxtil, mineração e agricultura.

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