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Embasa aponta quedas de energia como principal causa para problemas no abastecimento de água em Camaçari

Embasa aponta quedas de energia como principal causa para problemas no abastecimento de água em Camaçari

A Câmara de Vereadores promoveu nesta quarta-feira (8), uma Audiência Pública para debater os constantes problemas no abastecimento de água em Camaçari. O evento contou com a presença do gerente regional da Embasa no município, Laesandro Araújo, que alegou que a principal causa para as interrupções no fornecimento são constantes quedas de eletricidade nos poços da empresa.

“Eu estou apresentando para vocês o diagnóstico que foi feito, e não posso deixar de colocar que a falta de energia que a gente está tendo nos poços tem sido, infelizmente, o nosso maior problema”, afirmou o representante.

De acordo com dados apresentados por Laesandro, nos oito dias do mês de novembro, foram registrados 11 interrupções de energia; em todo o mês de outubro, foram 23 ocorrências.

“A qualidade na prestação de serviço da Coelba para a Embasa está ruim. A gente tem esses parâmetros que a gente pegou no site da Aneel [Agência Nacional de Energia Elétrica] que demonstram que a gente está tendo um atendimento não satisfatório e fora do limite que a Aneel estabelece. A gente tem a duração da interrupção e a frequência da interrupção. A gente teve interrupção de até 12 horas no fornecimento de energia”, argumentou.

O presidente da Casa, Flávio Matos (União), responsável pela solicitação da audiência, questionou a justificativa da Embasa, destacando a alta rentabilidade da companhia, que, segundo o vereador, deveria prover soluções para que a população seja poupada da suspensão do abastecimento.

“Relatam que é uma falta de energia, mas por que o investimento de R$ 585 milhões de lucro no último ano não pode ser feito em geradores?”, questionou.

Laesandro afirmou que geradores de energia foram inseridos nos nove poços do município para evitar a suspensão dos serviços da Embasa em novos casos de desabastecimento energético.

Segundo Flávio Matos, apesar de ter enviado cinco representantes, a Coelba não emitirá posicionamento sobre a acusação, pois a chefia da companhia se encontra presente em São Paulo.

Frente às acusações referentes ao fornecimento de energia, o vereador Tagner Cerqueira (PT), integrante da Comissão de Defesa do Consumir e do Contribuinte da Câmara, apontou a ausência de diálogo com a Coelba. “Felizmente a Coelba está aqui, mas infelizmente está muda. A Coelba não está podendo falar, a gente espera que pelo menos ela esteja ouvindo e resolva esse problema”, disse o parlamentar.

Além das constantes quedas de energia, Laesandro apontou como um outro problema para a crise, o aumento da demanda por água ocasionada pela chegada do verão, principalmente na orla do município. “Uma coisa que a gente não pode desconsiderar é o aumento da demanda em virtude da população flutuante. Isso a gente não tem como desconsiderar, não pelo fato da população encher, isso é bom para o município, isso traz renda, mas que durante uma crise a minha retomada da normalidade do abastecimento fica muito mais lenta”, disse.

A corretora de imóveis, Chimeny Santos, que é moradora de Arembepe, afirma que o problema da falta d’água na localidade tem sido enfrentado há mais do que dois meses, não sendo uma questão relacionada às alterações climáticas. Chimeny ainda relata a qualidade precária nas vezes em que o abastecimento chega à população.

Na sede, as constantes falta d’água também são testemunhadas pela moradora do Parque Verde II, Tatiane Bonfimm. Residente da cidade há cerca de 41 anos, Tatiane conta que desde a infância presencia a intermitência no abastecimento hídrico de Camaçari. A assistente social relata que no último mês a situação tem se intensificado, o que mantém a comunidade a mercê do serviço dos carros-pipa.

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