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Sessão especial da Câmara de Camaçari homenageia Dia dos Povos Indígenas

Sessão especial da Câmara de Camaçari homenageia Dia dos Povos Indígenas

Foi realizada na manhã desta segunda-feira (17), no plenário da Câmara de Camaçari, uma sessão especial em homenagem ao Dia dos Povos Indígenas, comemorado em 19 de abril. A atividade foi solicitada pela Mesa Diretora da Casa Legislativa e discutiu aspectos da cultura dos povos originários, a necessidade de reconhecimento e valorização, e ações que estão em andamento para garantir a inclusão dos povos indígenas nas políticas públicas.

A atividade teve início com a apresentação da Dança do Toré, tradicional ritual dos povos indígenas que consiste em uma dança circular, acompanhada por cantos ao som de maracás, zabumbas, gaitas e apitos. Cada comunidade possui um Toré próprio e singular, apresentando variações de toadas, ritmos e expressões. A apresentação foi acompanhada atentamente pelos alunos do Centro Educacional Maria Quitéria e da Escola Municipal Luiz Pereira Costa, além de indígenas e da população em geral, que lotaram o plenário.

Logo em seguida, os palestrantes fizeram uso da palavra para tratar de temas e demandas dos povos originários. A primeira a falar foi a gerente de povos e Comunidades Tradicionais da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes), Rose Braga, que falou sobre os trabalhos que estão sendo realizados no município no sentido de promover a igualdade racial. Ela citou o Projeto Brincanderê, que está sendo desenvolvido e tem o objetivo de promover e valorizar a cultura dos povos originários do município. A ação é desenvolvida pela Coordenadoria de Igualdade de Direito e Combate à Discriminação por meio da Gerência de Povos e Comunidades tradicionais.

“Esse projeto é uma ferramenta de educação antirracista, e queremos que ele alcance o patamar de referência nacional. Com essa iniciativa, que será realizada de forma lúdica, pretendemos abordar temas voltados para a efetivação da Lei nº 11645, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática ‘História e Cultura Indígena’. O Projeto Brincanderê terá uma agenda de exposições, apresentações culturais, palestras, oficinas, roda de conversas, para alunos das escolas da sede e orla do município de Camaçari”, destacou.

O cacique e presidente da Associação Tupinambá, Marcos Elder Piaeté Katukaem Tupinambá, também usou a tribuna e lembrou que, desde 2013, abril é considerado por lei o Mês dos Povos Indígenas em Camaçari. “Ainda estamos precisando de mais ações de reconhecimento e valorização. Precisamos de uma área específica para nossa cultura. Temos indígenas de várias origens, e precisamos do apoio da administração pública para termos um terreno que possa fortalecer nossa cultura. Em contrapartida, temos tantos atrativos que podem fortalecer o turismo no nosso município. Camaçari vai além da nossa sede, e é muito mais do que uma cidade de imigrantes que vieram trabalhar no Polo Industrial. A cultura indígena é muito forte e viva aqui, e precisamos reconhecer e valorizar nosso povo”, afirmou.

O vereador Tagner (PT) esteve entre os parlamentares que utilizaram a tribuna para reforçar a necessidade de ações que simbolizem efetivamente a valorização do povo indígena. “A Câmara segue mantendo essa tradição de discutir os avanços e os problemas vividos pelos indígenas. Mas acredito que celebramos um novo tempo em que o olhar para os povos originários está mais atento, mais cuidadoso e comprometido com melhorias para os povos indígenas, que irá consolidar políticas públicas importantes nessa área”, afirmou.

Para o presidente da Câmara, vereador Flávio Matos (União), os palestrantes trouxeram questões importantes e que necessitam de reflexões que gerem ações efetivas em prol da valorização da cultura dos povos indígenas. “É importante pensarmos sobre tudo que foi dito aqui e inserir essas questões nos trabalhos desenvolvidos pela Casa, através das nossas comissões temáticas. Precisamos propor iniciativas e melhorias que garantam a dignidade, segurança para a livre manifestação da cultura indígena e respeito a essa cultura que faz parte da origem do nosso município também”, concluiu.

Também usaram a palavra durante a sessão a artesã indígena Indiara Pataxó; o palestrante da área de Gestão de Pessoas Fernando Freitas; a coordenadora de Inclusão Educacional, professora Maria de Fátima Cardoso; a gestora do Centro Educacional Maria Quitéria, Iara Bispo; além dos vereadores Vavau (PSB) e Gilvan Souza (PSDB).

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