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Audiência pública debate enfrentamento à violência contra a mulher em Camaçari

Audiência pública debate enfrentamento à violência contra a mulher em Camaçari

O enfrentamento à violência contra a mulher foi tema de audiência pública na Câmara Municipal de Camaçari nesta sexta-feira (10).

A atividade foi solicitada pela Mesa Diretora após o caso de Iná Souza Santos, moradora do bairro da Gleba C que, aos 68 anos, foi agredida a pauladas pelo ex-companheiro e teve o crânio e todos os dentes quebrados.

A vereadora Professora Angélica (PP) ressaltou que o combate à violência contra a mulher deve ser pautado todos os dias, não somente no mês de março.

“É uma discussão que tem que ser no dia a dia, não só no Mês da Mulher, porque, como eu terminei de falar, a cada um dia três mulheres são mortas no nosso país, e aqui no nosso município às vezes não vem à tona. A gente precisa realmente fazer mais políticas públicas para combater, porque é todos os dias, gente, não é só no mês”, frisou.

Angélica ainda contou que esperava maior participação popular na audiência pública. “Hoje a audiência era para estar cheia, e se as mulheres não se unirem, a gente não vai conseguir chegar no nosso objetivo”.

“Muitas vezes a mulher não percebe que está sofrendo algum tipo de violência e ignora, tende a passar despercebido, achando que com o tempo vai melhorar, mas é ao contrário, só vai piorar. A violência às vezes está nas coisas que parecem pequenas, naquela ofensa que passa despercebida. A violência contra a mulher deve ser desconstruída desde a infância, porque muitas vezes a gente escuta as mães falando ‘prendam as cabras que o meu bode está solto’, ou quando pede para ir buscar a irmã e dá autorização para bater. Quando esse jovem cresce, ele vai fazer esse tipo de coisa com a mulher dele, perpetuando a violência doméstica”, explicou.

Sobre o que aconteceu com Iná, Maria Tereza explicou que o caso foi encerrado pela Polícia Civil. Segundo ela, todos os trâmites legais foram feitos e o pedido de prisão já foi expedido pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA).

“A gente veio aqui em busca de um direito nosso, e hoje a família está mais confortável, de ter mais apoio, mais notoriedade para o caso, e agora a gente espera justiça e espera que mais mulheres não passem por isso”, contou.

Durante a participação do público na audiência, a ativista social Bárbara Trindade cobrou a participação dos homens no debate. “A gente precisa ter a participação dos vereadores nesse debate, porque eles são homens, eles têm mulheres, mães, filhas, avós, esposas, e eles precisam participar dessa conscientização, para alertar, repreender os colegas homens quando fizerem comentários machistas, porque isso também faz parte da luta, os homens podem e devem ajudar nesse combate”, pontuou.

As denúncias de violência contra a mulher podem ser feitas através do e-mail da Deam Camaçari O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. e da Central de Atendimento à Mulher, no 180.

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