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Natália e Daniela praticam pilates Foto: Fábio Guimarães/Extra Natália e Daniela praticam pilates Foto: Fábio Guimarães/Extra

Grávidas provam que podem malhar, até levantando peso

Por muito tempo, gravidez foi motivo para a realização de desejos gastronômicos sem culpa ou compensações na academia. Nenhuma mãe queria que seu bebê nascesse com cara de pastel de queijo ou pudim.

Mas os tempos mudaram e ficou comprovado que grávidas não só podem, como devem, fazer atividades físicas. Aí vem a modelo Sarah Stage e divulga uma selfie com oito meses de gestação, quase sem nenhuma barriga, agitando as redes sociais. Grávida com tanquinho? Polêmica na certa!

— Não é só uma questão de manter a boa forma, também é preciso pensar no bebê e em preparar seu organismo para gerar um filho saudável. Atualmente, muitas mulheres querem viver esse momento felizes e em forma — diz Roberta Gabriel, personal gestante responsável pela mamãe superativa Fernanda Gentil, repórter da TV Globo.

A musa fitness Bella Falconi é outra prova viva de que grávidas podem, sim, conviver com halteres e afins. Quanto à falada barriga trincada de Sarah, que teve um bebê saudável com 3,9kg este mês, a especialista explica:

— A estrutura física de algumas mulheres permite que o bebê se desenvolva sem projetar a barriga.

A seguir, você conhece histórias de mamães reais, bem mais barrigudinhas que a modelo, mas que continuam na ativa, com segurança.

Por muito tempo, Natália não gostou de se exercitar, mas tudo mudou quando, por causa de um problema de saúde, a futura mamãe de Marina conheceu o pilates. “Minha relação com a atividade física era muito ruim.

Eu tentei várias: musculação, boxe, natação, mas sempre abandonava. Há um ano e oito meses, comecei a fazer pilates, por conta de uma hérnia de disco, e me descobri”. Grávida de 7 meses, a professora também vinha praticando corrida, mas a atividade foi substituída por caminhada em função do impacto.

“Passei a caminhar três vezes por semana e mantive o pilates, que tem me ajudado muito a lidar com esse novo peso, com a barriga, a manter o equilíbrio...”, conta.

Durante toda a vida, a médica praticou diferentes atividades físicas. “Desde criança, me mantive ativa: comecei fazendo dança; depois, na adolescência, passei a fazer musculação e, há três anos, comecei pilates e treinamento funcional”. Após uma primeira consulta com a obstetra, Daniela manteve apenas o pilates.

Mas engana-se quem acha que ela pega leve. “No pilates, não existem exercícios específicos para as gestantes. Os movimentos são iguais aos de qualquer aluna, mas, com o desenvolvimento da gestação, alguns não serão mais indicados para mim, por uma questão corporal mesmo”.

Os benefícios são constantemente notados pela aluna, que se sente disposta, sem dores nas costas e engordou apenas 2,3kg aos seis meses da gestação de José Pedro.

Com 13 semanas de gravidez, a carioca não parou de praticar musculação. No entanto, suspendeu temporariamente as aulas de muay thai. “Eu fazia luta junto com meu marido, que é personal trainer, duas vezes por semana, mas, quando descobri que estava grávida, optei por dar um tempo, porque é uma atividade muito pesada, que tem trabalho de perna e chance de queda”.

Na academia, também aconteceram mudanças: a frequência e as cargas dos exercícios diminuíram. “Antes, por exemplo, eu fazia um exercício de perna levantando 40kg. Hoje, faço apenas com 10kg. Eu malhava de segunda-feira a sábado. Agora, treino três vezes na semana. E meu objetivo também mudou: se eu queria muito ganhar massa muscular, a intenção atual é apenas me manter saudável”, diz a mamãe.

A relação de Carolina com a atividade física não era boa até ela conhecer o jiu-jítsu em 2011: “Depois que eu me casei, ganhei muito peso e, no ano seguinte, comecei a fazer jiu-jítsu para emagrecer. Foi uma paixão! Como percebi que precisava ficar mais forte, porque lutava muito com homem, comecei também a fazer musculação e circuito na praia para ganhar tônus muscular. Emagreci seis quilos”.

Ao descobrir a gravidez, por recomendação médica, foi necessária uma pausa na luta, mas a niteroiense, hoje com seis meses de gestação, não parou de se exercitar. Apenas adaptou-se às novas condições: “Estava sem disposição, então passei a usar a academia do prédio, por ser mais cômodo. Mudei o horário: antes eu malhava à noite e, por causa da azia, agora malho às 6h, com um personal”. Mas, assim que puder, a mãe de Bento pretende voltar aos tatames.

Gabriela tem um caso de amor com a musculação: há 16 anos, ela pratica a atividade, que a acompanha em sua terceira e atual gestação (na foto acima). Embora não pareça, ela está com quatro meses de gravidez! “Treino desde os 15 anos, e meu médico sabe que sou uma exceção.

Engordei só 5kg em cada gestação (na foto abaixo, a primeira) e meus filhos nasceram com cerca de 3,5 kg e mais de 50cm”, conta a mãe de Gabriel, de 4 anos, e Bruno, de 1 ano e 10 meses. “Meu corpo é de atleta, apesar de malhar por hobby. Não consegui fazer parto normal porque meu útero é contraído. Nas minhas cesáreas, vários médicos fizeram esforço para tirar o bebê, tamanha a força do meu abdômen”.

E para aquelas mamães que nunca praticaram atividade física, Roberta Gabriel garante que é possível começar a se exercitar na gravidez, mas faz algumas ressalvas. “Primeiramente, se esta mulher é sedentária, ela só deve iniciar qualquer prática após a 12ª semana de gestação”.

E a escolha deve ser feita com aconselhamento médico: “A mulher deve respeitar o próprio gosto, porque o prazer tem que estar presente nos treinos, mas optar por exercícios de intensidade mais leve, sempre com a orientação de seu obstetra”. Um controle de peso acompanhado por profissionais também melhora a disposição e previne desconfortos provocados pela gravidez. “Caminhada, bicicleta ergométrica, pilates, musculação e hidroginástica são recomendados”, indica a especialista.

Nathália Esteves, nutricionista, indica os principais pontos de atenção em relação à alimentação das grávidas fitness: “É preciso ter uma ingestão hídrica aumentada, pela perda em função do suor e da respiração. Antes de começar as atividades, é recomendado ingerir carboidratos complexos, como pães e biscoitos de farinha integral, frutas diversas, geleias naturais e queijos magros. Eles pertencem ao grupo alimentar que proporciona energia ao organismo, fazendo com que o desempenho seja favorecido.”

Ao finalizar os exercícios, no entanto, o cardápio deve mudar: “Acrescente à refeição proteínas, comendo frango, omelete de claras e até mesmo iogurtes. Se a futura mamãe estiver enjoada ou sem vontade de comer, fazer jejum não é uma opção!”

FONTE: EXTRA.GLOBO.COM