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MPT apura relação de trabalho em caso de agressão a doméstica em Salvador

MPT apura relação de trabalho em caso de agressão a doméstica em Salvador

O Ministério Público do Trabalho na Bahia (MPT-BA) instaurou inquérito civil para apurar as denúncias de maus-tratos feitas por Gleide das Graças Idalan de Jesus, de 53 anos, que trabalhava como empregada doméstica numa residência do bairro do Rio Vermelho, em Salvador.

O procedimento vai investigar a regularidade na relação de trabalho e as alegações de agressões e maus-tratos feitas pela trabalhadora. O caso tornou-se público após registro de ocorrência policial na 7ª Delegacia, que está acompanhando o caso e que já teria inclusive emitido guia para a realização de exame de corpo de delito.

Em entrevista à TV Bahia, Gleide contou que as agressões ocorreram após ela faltar ao trabalho por motivo de saúde. O nome da patroa não foi divulgado.

No local, encontrou talheres sujos espalhados pelo chão, copo quebrado e outros objetos fora do lugar. A patroa, então, exigiu que ela limpasse tudo, inclusive o cocô do cachorro da família - atividade que ela não fazia antes.

"Ela [patroa] ficou na copa escondida e olhava, depois se aproximou e eu disse: 'Bom dia, dona Mari, eu não vim ontem...' e ela falou: 'Não quero saber dos seus problemas, não quero saber de nada. Eu quero que você limpe os talheres, lave tudo e guarde, porque eu puxei a gaveta e caiu tudo ontem de noite [quinta]'", relatou.

Segundo Gleide, a patroa foi bastante agressiva e gritou. "Eu estou pagando e você vai ter que fazer". Em seguida, ela atendeu a ordem da mulher. Por ter faltado ao trabalho, Gleide teve R$ 200 descontados do salário.

Elas discutiram e a situação se agravou. Segundo Gleide, a patroa jogou óleo de peroba no rosto dela e a impediu de sair da área de serviço, agredindo com socos e empurrões.

"Eu pedia calma e ela me batia. Eu comecei a chorar, perdi a voz e disse que ia chamar a mãe dela. Ela tentou tomar o celular, rachou meu aparelho e quebrou meu óculos. "Foram muitos murros e socos. Ela disse: 'Olhe, eu vou te furar, vou te matar, antes que você mate minha mãe, eu vou te matar", contou.

A empregada contou que a patroa chegou a ir na cozinha pegar uma faca. Então, ela se trancou no banheiro e gritou por socorro. "As vizinhas chamaram a polícia e me socorreram".

Em nota, a Polícia Civil informou que 7ª Delegacia expediu as guias para os exames periciais e vai apurar as denúncias realizadas pela funcionária. A Delegacia de Polícia deverá ser oficiada pelo MPT para remeter cópia do inquérito a fim de permitir que o MPT avance na apuração dos aspectos trabalhistas do caso.

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