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Primeira usina termelétrica do Brasil é construída em Camaçari

Primeira usina termelétrica do Brasil é construída em Camaçari

Com 50 megawatts (MW) de potência, a UTE Prosperidade III está sendo construída em Camaçari (BA), com investimentos de cerca de R$ 180 milhões, e a previsão é de iniciar as operações no segundo semestre de 2022.

A usina hidrelétrica Teles Pires (MT/PA), controlada pela Neoenergia, vendeu 2,3 milhões de toneladas de carbono equivalente em créditos cancelados para possibilitar a construção da UTE Prosperidade III, controlada pelo grupo Imetame, do Espírito Santo.

No mercado de carbono, um crédito de carbono é “ganho” a cada tonelada de CO2 que é absorvida ou que deixa de ser emitida. Cada um dos créditos de carbono pode ser comercializado internacionalmente. Reduzidas as emissões, um país pode auferir Certificados de Emissões Reduzidas (CERs), que são fornecidos por organismos da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima.
Foto: Imetame

Os créditos foram adquiridos em processo de cancelamento voluntário de emissões das partes envolvidas, em operação viabilizada pela Urca Comercializadora de Energia, juntamente com a Imetame Termelétrica.

A UTE precisou de um plano de compensação total de emissões para obter aval de funcionamento dos órgãos reguladores, já que o plano inicial era operar com biomassa, mas foi adaptada para usar apenas gás natural.

A nova termelétrica compõe um conjunto de três usinas no modelo gas-to-wire, próximas aos poços de gás da Imetame no Recôncavo Baiano.

“Conseguimos montar um plano para que as emissões, que seriam compensadas ao longo de 23 anos do empreendimento, pudessem ser abatidas de uma só vez, um feito inédito no mercado de créditos de carbono”, conta Pedro Assumpção, sócio da Urca Comercializadora.

Com base na potência da usina e num histórico de despacho de 60%, a estimativa é que a UTE Prosperidade III emita cerca de 2 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) ao longo dos 23 anos de contrato.

A contratação foi realizada utilizando o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), formato de compensação de emissões GEE criado pelo “GHG Protocol” (Kyoto, 1997), padrão para contabilização e comunicação de inventários de emissões de CO2.

Com a iniciativa, a energia produzida pelo empreendimento passa a gerar créditos de carbono, as Reduções Certificadas de Emissão (CERs, na sigla em inglês).

“Teles Pires é uma das usinas mais eficientes do Brasil, gerando energia limpa, que não emite GEE, e gerando créditos que podem auxiliar outras empresas a compensar suas emissões”, afirma a diretora da UHE Teles Pires, Ana Granato.

Segundo a Neoenergia, ao todo em 2021, a UHE Teles Pires emitiu 4,9 milhões de toneladas de carbono equivalente em créditos, referentes à geração de energia renovável na usina entre 2017 e 2018.

Além do contrato com a Urca, a Neoenergia negociou créditos com empresas da Holanda e da Índia. A empresa do grupo espanhol possui 4 GW de capacidade instalada em geração no Brasil, sendo 88% de energia renovável, e está implementando mais 1 GW com a construção de novos parques eólicos.

Fonte: Epbr

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