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Crise na oferta de componentes foi pior que saída da Ford para indústria automotiva

Crise na oferta de componentes foi pior que saída da Ford para indústria automotiva

O impacto do reposicionamento de mercado da Ford em 2021 – com o encerramento da produção de veículos no Brasil, incluindo-se aí uma unidade na Bahia – foi mascarado por uma crise global que afeta o toda a indústria automobilística, avalia Luiz Carlos Moraes, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Segundo ele, o volume que a montadora vendia foi absorvido por outras marcas. “É cedo para dizer quem ganhou ou perdeu porque o mercado foi influenciado pela questão dos semicondutores”, diz. “Economicamente, o impacto é muito importante, são 5 mil empregos. É muito ruim para a Bahia e as cidades onde as plantas existiam. Gerava renda, empregos, movimentava o comércio, mas infelizmente aconteceu”, avalia, lembrando entretanto que a Ford manteve na Bahia o seu centro de pesquisas. “Foi uma decisão estratégica da empresa, a gente não tem muito o que dizer”.

Semicondutores
O grande desafio do setor no ano passado deve continuar a impactar o mercado automotivo global, avalia Moraes. Com os carros cada vez mais tecnológicos, a dependência de microchips, feitos com materiais chamados de semicondutores, cresce proporcionalmente. Já existem veículos com mais de mil semicondutores. E esta cadeia de fornecimento – que impacta também as indústrias de eletroeletrônicos, brinquedos e informática – foi bastante desestruturada pela pandemia. “Acreditamos que 2022 será ainda um ano desafiador, talvez numa proporção menor.

Expectativa
Apesar de todas as dificuldades, o mercado automotivo brasileiro espera ampliar a produção e veículos em quase 10% neste ano, com 2,46 milhões de unidades. Além, disso, a projeção é de que o volume de licenciamentos aumente em 8,5%, chegando a 2,3 milhões. Em 2021, foram licenciados 2,1 milhões de veículos no Brasil, o que representou um crescimento de 3%, na comparação com 2020. Aqui na Bahia, o crescimento foi de 2%, com 78,4 mil novos licenciamentos.

 

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