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Nova 'caixa misteriosa' é encontrada em Itacimirim

Nova 'caixa misteriosa' é encontrada em Itacimirim

É caixa que não acaba mais? Nova caixa misteriosa apareceu na nossa orla, dessa vez próximo a pousada Praia das Ondas, na praia de Itacimirim, na noite desta quinta-feira (9). Na semana passada, um desses objetos chegou à faixa de areia na Amaralina.

Os banhistas que se depararem com uma dessas caixas não deve mexer nelas. Segundo a prefeitura, em casos como esse é necessário acionar o 156 e fazer a denúncia. Para remoção da caixa encontrada hoje, a Secretaria de Segurança Pública foi acionada, para que, assim como as outras, passe por análise, para saber se faz parte do navio nazista alemão que foi afundado em 1944. Procurada, a Polícia Militar não deu um retorno até a publicação da matéria.

Primeira aparição
No dia 27 de julho, a primeira caixa misteriosa apareceu na Praia de Santo Antônio, em Mata de São João, litoral norte da Bahia. Quatro dias depois, mais duas 'caixas misteriosas' apareceram, desta vez na Praia do Flamengo, em Salvador.

No começo do mês de agosto, o Instituto de Geociências (Igeo) da Universidade Federal da Bahia (Ufba) anunciou que as caixas serão analisadas por equipes técnicas do instituto.

Segundo a diretora do Igeo, Olivia Oliveira, o estudo vai identificar a origem geoquímica das caixas e não o lugar onde elas estavam armazenadas. "A referida amostra passará por procedimentos analíticos, desenvolvidos no Centro de Excelência em Geoquímica: Petróleo, Energia e Meio Ambiente (POSPETRO) do Igeo. A origem das caixas, onde as mesmas estavam armazenadas, não pode ser apresentada pelo procedimento analítico acima mencionado", explicou.

O material é parte da carga de um navio nazista afundado em plena Segunda Guerra Mundial. O mistério foi desvendado pelo oceanógrafo Carlos Teixeira, professor da Universidade Federal do Ceará (UFC).

Desde agosto de 2018, fardos parecidos foram encontrados em praias do Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e até na Flórida, nos Estados Unidos.

De acordo com as pesquisas do professor Carlos Teixeira, em 4 de janeiro de 1944, o SS Rio Grande - o navio alemão usava um nome em português para confundir os inimigos - foi interceptado pelo contratorpedeiro USS Jouett e pelo cruzador USS Omaha no mar entre Natal e a Ilha de Ascensão, no nordeste do Brasil, ponto estratégico para os Aliados - rivais dos nazistas.

Os alemães tentaram fugir, mas foram abatidos pela Marinha Americana. Uma pessoa morreu, 71 ficaram feridas e o navio, junto com sua carga, foi parar a 5,7 mil metros de profundidade - e lá ficou até agosto de 2018.

Mistério marca reaparecimento
O que trouxe a carga de volta à superfície ainda é mistério, mas há duas teorias principais: uma a de que o desgaste natural abriu um buraco no porão do navio, deixando a borracha escapar. A outra, mais aceita, especula que um grupo de piratas teria ido até o local do naufrágio para recuperar um outros itens do SS Rio Grande: 500 toneladas de estanho, 2.370 de cobre e 311 de cobalto, sendo este último o objeto de desejo dos piratas.

No processo de retirada do metal nobre, a borracha, que boia, teria escapado. Então, as correntes marítimas completaram o serviço e, desde então, esses “fardos misteriosos” têm aparecido nas praias do litoral nordestino.

Riscos
Se alguém tocou no objeto e anda preocupado, não é para tanto, já que o látex não é tóxico. O problema é o tamanho e o peso do material, que pode provocar acidentes tanto no mar quanto na areia.

Já para os animais, o risco é maior. Fragmentos da pilha de borracha podem se desprender e serem engolidos, causando engasgos. Por conta disso, o pesquisador Carlos Teixeira sugere que, ao encontrar um desses fardos, as autoridades sejam contatadas para retirada do material do mar ou da areia.

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