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Instrumentos fabricados em BCS serão expostos no México Foto: Alberto Maraux

Instrumentos fabricados em BCS serão expostos no México


Durante visita à América Central, prevista para ocorrer entre os dias 13 e 17 de julho, o soldado Luiz Eduardo dos Santos Conceição, professor voluntário, e três alunos integrarão a programação do Museu Infantil de Oaxaca e apresentarão performances com os tambores afro percussivos brasileiros produzidos nas aulas.


Para o museu, o grupo vai levar todo orgulho de ser baiano e a relação com a cultura africana. "Salvador é a cidade mais negra fora África. A percussão faz parte da relação matriarcal com nossas origens. Tocando tambores nós socializamos, espantamos os males, falamos de paz e conseguimos ensinar e aprender", explicou o PM e contou ainda que todos os alunos são instigados a fabricar e manusear os instrumentos, no processo de cultura da paz.


A tenente PM Letícia Mercês, comandante da unidade, frisou o apoio da Secretaria da Cultura para difundir o trabalho do projeto, que valoriza a arte e música negra, constrói relações e divulga a cultura sonora 'afrobaiana'.


Beatriz Ferreira Dias Conceição, 19 anos, está ansiosa para ter a experiência. "Será uma oportunidade de mostrar em outro país elementos da nossa cultura. A cultura baiana de uma forma real e não estereotipada. Fora que não será uma via de mão única, pois estando lá certamente aprenderemos sobre a cultura deles", falou empolgada.


Começo


O PM lembra que o projeto, criado em 2016, conta com 71 integrantes. "Além das aulas de lutheria, no Bairro da Paz também existem grupos de dança afro, kei pop, swingue baiano, e muito mais", listou o militar. Enfatizou ainda que o bairro é altamente musical e com grandes talentos.


A parceria firmada entre a Base e o Núcleo Estadual de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia (Neojibá) possibilita o contato dos jovens aprendizes com outros instrumentos, como violino e instrumentos de sopro. "Também fazemos ações no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA), onde já nos apresentamos, e em colégios estaduais", revelou.


Os objetos são criados nas oficinas com materiais reciclados garimpados pelos alunos, pais, policiais e doados por outros moradores do bairro. "Temos uma proposta de doar instrumentos percussivo para um colégio estadual no final do ano letivo", antecipou o soldado.


O professor


Luiz Eduardo orgulha-se de apresentar a música para os mais jovens. Formado em Artes pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), ele revela que sua paixão surgiu ainda na infância. "Quando tinha sete anos ficava nas rodas de samba no bairro de Pirajá, mas os homens não deixavam os meninos tocarem. Aos oito fabriquei instrumentos, para todos meus amigos da rua, usando pás e madeira", lembrou.


O policial estudou na Associação Pracatum Ação Social, onde também conheceu o cantor, compositor e percussionista Carlinhos Brow, de quem virou fã. "Aos 16 anos, fiz um Djembê para Brown, mas ainda não consegui entregar. Até hoje tenho o instrumento", lembrou.

Fonte: Secom/SSP

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